Estudante denuncia agressões de seguranças do Chalezinho e vai processar boate

Simon Nascimento
Publicado em 22/08/2019 às 10:15.Atualizado em 05/09/2021 às 20:06.
 (Arquivo pessoal/ Divulgação)
(Arquivo pessoal/ Divulgação)

Um estudante de 21 anos denunciou, em redes sociais e à Polícia Militar, uma série de agressões que teriam sido feitas por seguranças do Clube Chalezinho - boate localizada no bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte. Os fatos, segundo o jovem, ocorreram na madrugada do último sábado (17). 

Em entrevista ao Hoje em Dia, Luiz Gustavo Lanna disse que foi ao Chalezinho com amigos, para uma festa que acontecia na parte interna da casa. Por volta de 4h, Lanna disse que foi ao banheiro com um casal de amigos. Após realizar as necessidades fisiológicas, ele informou que ficou aguardando a garota na porta do sanitário feminino junto com o amigo. 

Neste momento, um segurança da casa teria abordado os dois e mandado eles saírem do local.  “Ele falou que estávamos encarando, olhando as meninas dentro do banheiro. Tentamos explicar que só estávamos esperando a namorada do meu amigo, mas desde o começo ele não foi educado, agiu com grosseria”, disse Luiz. 

Sem escutar a versão apresentada, o segurança, conforme o estudante, chamou outros quatro funcionários que faziam a guarda da boate. “Eles já chegaram me agarrando, agredindo. A namorada do meu amigo explicou a situação, mas eles não acreditaram nem que ela namorava com meu amigo. Me arrastaram e disseram que iam me pôr para fora. Mas em vez de me tirarem de lá, me levaram para uma salinha fechada, perto da cozinha”. 

No cômodo, Luiz diz que foi agredido com socos, chutes além de xingamentos por cerca de dez minutos. “O chefe da segurança estava lá dentro e, em vez de pedir para eles pararem as agressões, mandou que me batessem mais”, contou. O estudante informou que o amigo chegou a filmar o início das agressões. 

Todavia, um dos seguranças bateu no celular. O aparelho caiu no chão e só foi visto pelo estudante dentro da sala para onde foi levado. “O celular estava na mão de um dos seguranças e eu vi ele apagando todos os vídeos. Consegui pegar o telefone e sair de lá”. Luiz relatou que foi para a parte externa da boate. Lá ele conseguiu sair por um portão e ficou ao lado de fora aguardando a Polícia Militar. 

Segundo ele, a corporação demorou cerca de uma hora para chegar ao local. Quando os policiais foram à boate para atender a ocorrência, o jovem denunciou que os agentes se negaram a registrar a ocorrência. “Eles (os policiais) acreditaram na versão dos seguranças que disseram que eu tinha me envolvido em uma briga de rua com outras duas pessoas. Negaram as agressões e ignoraram meus machucados”, conta. 

Com a suposta negativa da PM, o jovem conta que retornou para casa e, pela manhã, procurou uma delegacia para registrar a ocorrência. Após formalizar o boletim, ele ainda realizou um exame de corpo e delito para diagnosticar as causas dos hematomas no corpo. Em fotos publicadas nas redes sociais, Luiz mostrou roxos nos braços, pescoço, pernas e mãos. 

As imagens também mostram vergões nas costas e na barriga que, de acordo com ele, foram causados quando os seguranças o arrastaram pela casa. “Eu não fui o primeiro e sei que não vou ser o último a passar por isso. Frequentava o Chalezinho há três anos e agora não quero nem passar perto mais. Estou muito abalado com esse acontecido até hoje, me machucou bastante”, desabafou. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

NOTA DE REPUDIO - IMPORTANTE Primeiramente gostaria de deixar claro que não sou de fazer textões em rede social, o motivo de estar aqui divulgando uma nota de repudio e me expondo é por se tratar de algo realmente sério. Na noite de sexta feira (16 de agosto de 2019) fui com amigos até a boate @_clubechalezinho para curtir o final de semana. Até então tudo tranquilo, estávamos bebendo e se divertindo na boate, ate que em um dado momento eu e um amigo estávamos na porta do banheiro feminino esperando que a namorada deste saísse do banheiro para voltarmos para nossa mesa, pois não íamos deixa-la sozinha, nesse momento um segurança da casa noturna veio nos mandar sair de la, dizendo que estávamos ali para olhar as mulheres no banheiro, mesmo explicando o que se tratava de verdade ele não acreditou e ficou mandando sairmos de lá, até que a namorada do meu amigo chegou e confirmou que estávamos esperando por ela, o segurança desacreditado falou que ela estava tentando apenas nos ajudar e que ela não nos conhecia de verdade. Foi então que comecei a argumentar com ele pq nao estávamos fazendo nada de errado ali para ele vir fazer tal julgamento, tao pouco ser grosso. Nesse momento começamos a debater e então ele chamou por outros seguranças, foi ai que apareceram outros 4 (ou mais) que foram me arrastando pelo chão da boate enquanto eu gritava e mandava que me soltassem. Me levaram ate uma sala, perto da área onde tem um restaurante, antes da varanda. Era um local no canto, com um tipo de cortina preta onde apenas funcionários podiam entrar. Meu amigo e sua namorada pediram para q me soltassem e nos deixassem voltar para nossa mesa numa boa, ele ate mesmo tentou filmar, mas um dos seguranças agarrou seu celular apagou o vídeo e não devolveu o aparelho e o mesmo ocorreu com meu outro amigo (irmão deste que já tentara filmar) quando começou a filmar também, um rapaz que aparentemente era um garçom ou sushiman foi para cima dele e queria o levar para a sala tb mas um segurança falou q podia deixa-lo mas mandou q apagasse o vídeo do celular antes. Já na sala, fui deixado no chão onde cerca de 4 seguranças começaram a me agredir com chutes e socos enquanto que

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Questionado sobre contatos com a administração da boate, Luiz Gustavo informou que nem ele, nem familiares, receberam contatos. A versão foi confirmada por Eliane Cristina de Oliveira, advogada do estudante. Na ocasião, a defensora informou que moveria dois processos contra o Chalezinho. 

Retornos

O Hoje em Dia questionou a Polícia Militar sobre a denúncia de negativa dos agentes em registrar o boletim de ocorrência. E em nota, a corporação informou que recebeu duas chamadas para o Clube Chalezinho na data do fato. “A guarnição deslocou até o local e uma das solicitantes fez contato com os militares que realizaram o devido registro do fato. O outro solicitante não foi localizado e tão pouco se manifestou para a guarnição”, justificou. 

Já a administração do Chalezinho informou, por meio de nota, que “face aos acontecimentos relatados pelo cliente Luiz Gustavo Lanna ocorridos na madrugada do último sábado, informamos ter recebido o mesmo em nossa casa dando-lhe acesso às imagens do circuito interno de TV. Conseguimos, dessa forma, esclarecer a situação, reiterando assim nosso compromisso com nossos clientes e dando por encerrado esse caso". 

E no fim da tarde desta quinta-feira, Luiz Gustavo procurou pela reportagem do Hoje em Dia e informou que desistiu de acionar a casa noturna na Justiça.

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