Estudo avaliará presença de árvores perigosas em rodovias mineiras

Hoje em Dia*
12/01/2015 às 18:15.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:39
 (Corpo de Bombeiros/Divulgação)

(Corpo de Bombeiros/Divulgação)

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deverá realizar um levantamento de todas as árvores às margens das estradas que cortam Minas Gerais para uma possível retirada delas. O requerimento para o estudo foi aprovado nesta segunda-feira (12), em uma audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).   O objetivo do levantamento é ampliar a segurança nas rodovias, reduzindo, nas áreas de domínio das estradas, o número de árvores que podem motivar ou agravar acidentes. A partir disso, será possível detectar quais delas deverão ser retiradas. No entanto, órgãos e autoridades presentes concordam que cada caso deve ser avaliado separadamente, pois há árvores que funcionam como barreiras naturais para uma eventual queda em abismos.   Segundo o engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Edson Ayres dos Anjos, não há qualquer demanda no órgão em retirada das árvores. Ele diz que não há um estudo que comprove que elas representem riscos importantes. Segundo ele, o Dnit precisa de dados e de receber solicitações para concretizar a retirada das árvores ou a sua substituição por barreiras de segurança, como muretas de concreto ou defensas.   Edson lembrou que o órgão, porém, só pode fazer a medida em áreas sob a sua gestão. A analista da área ambiental do Dnit, Maria Cristina Paiva Abrantes, ainda ressaltou que a remoção ou não de árvores depende também de vistoria e autorização de órgãos ambientais.   Já André Apolonio Pinto, diretor do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Estado, ressaltou que as árvores tanto podem ser consideradas um transtorno e um perigo, como também um elemento de segurança, funcionando como barreiras naturais em alguns locais, evitando, por exemplo, quedas em rios e precipícios. Pare ele, portanto, é essencial analisar caso a caso.   A opinião do sindicalista foi compartilhada por outros participantes da audiência. O inspetor Alan Fabricio Duarte, da Polícia Rodoviária Federal, lembrou acidente ocorrido com um ônibus e que só não resultou em mortes devido a uma barreira de árvores de eucalipto, que teriam segurado o veículo, evitando que caísse num abismo. Em canteiros centrais, frisou o inspetor, as árvores podem funcionar como barreiras à travessia para a outra pista e a colisão frontal.    Dados apresentados pelo policial, referentes a 2013 e 2014, mostram que acidentes envolvendo árvores representam em média 0,3% do total e causam 0,6% das mortes. Ainda de acordo com ele, em 53% dos casos os motoristas estariam em velocidade incompatível com a pista.   O representante do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária Estadual, 2º-tenente Geraldo Donizete da Silva, concordou com as ponderações e sugeriu que a Polícia Rodoviária verifique os locais onde as árvores podem, ou não, prejudicar o tráfego e colocar vidas em risco. Para ele, é impossível definir ações sem ter conhecimento desses dados. Silva ainda ressaltou a importância de se evitar o plantio de mais árvores sem planejamento.   Complementos   Outro requerimento que também foi aprovado foi para que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estude a substituição das árvores do canteiro central da BR-040 por defensas metálicas, além da avaliação da eficácia do sistema de drenagem de água da mesma rodovia.   Para o presidente da comissão, deputado João Leite, é possível aumentar a segurança, usando áreas de escapes. “Trechos livres na beira das pistas com solo recoberto de argila ou brita, sem árvores ou outros obstáculos, a fim de que os automóveis possam recorrer a esse apoio em caso de derrapamento, aquaplanagem ou perda de freios, por exemplo”, sugeriu.   (* Com ALMG)

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