Ex-chefe de polícia passa mal e é acusado de falso tesemunho em audiência com "Bola"

Amanda Paixão - Do Portal HD
05/10/2012 às 10:43.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:49
 ( MAURICIO DE SOUZA)

( MAURICIO DE SOUZA)

A testemunha que denunciou o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, da morte de dois homens no ano de 2008, foi acusada de falso testemunho durante audiência que ocorreu na quinta-feira (4) no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o teor do depoimento de Júlio César Monteiro de Castro, ex-coordenador do Grupo de Respostas Especiais (GRE), será investigado pelo Ministério Público, após a juíza Maria Aparecida Consetino ter acatado o pedido da defesa de "Bola".

Segundo o advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães, defensor do ex-policial, Júlio César ainda teria interrompido a audiência sob alegação de que estava passando mal. "Ele disse que estava tendo palpitações. Deve ter ficado nervoso com tanta mentira que ele contou", declarou Magalhães. Questionado sobre o possível motivo que poderia ter levado Júlio César a acusar Bola de sequestrar e assassinar dois policiais em um sítio usado pelo Grupo de Resposta Especial da Polícia Civil de Minas Gerais (GRE), o advogado afirmou que seu cliente foi vítima de uma injustiça.

"Na verdade, Júlio Cesar queria comprar o Centro de Treinamento do GRE que era de Bola, mas meu cliente já estava negociando com Gilson, outro acusado. Diante da recusa, ele quis se vingar", completou. Durante audiência desta quinta-feira, que começou às 14h30 e só terminou seis horas depois, Júlio César manteve as afirmações já feitas à Justiça ao contar detalhes sobre o que teria ocorrido no sítio. Segundo o ex-chefe do grupo, os quatro suspeitos mataram Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura, queimado os corpos e jogado os restos mortais para os cães. Ele afirmou ainda que chegou a ouvir um dos acusados ter confessado as execuções.

Além de Bola, Anderson Marques Alves, Gilson Costa e Waderlim de Souza estariam envolvidos nesses assassinatos, que aconteceram em Esmeraldas, na Região Metropolitana, há quatro anos. Os quatro foram indiciados por cárcere privado, homicídio, ocultação de cadáver, peculato e tortura. Marcos Aparecido também é acusado de ter matado a ex-amante do goleiro Bruno Fernandes e está preso desde 2010. Atualmente, ele está detido em São Joaquim de
Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Bola ainda responde a outro processo pela morte de um homem em Contagem, na Grande BH, em 2000.

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