Receio de perder clientes antigos, despedida dos vendedores vizinhos e incertezas sobre o futuro dos negócios. Esse era o clima entre os expositores da Feira de Artesanato da Afonso Pena no primeiro domingo após definição da nova localização das barracas.
Contrariando o pedido dos feirantes, a PBH realizou, na última semana, um sorteio para remanejar os pontos dos artesãos. A nova disposição das barracas, que estarão agrupadas de quatro em quatro, passará a valer a partir do primeiro domingo de agosto.
“Eu até concordo com o novo layout. Ele deixa a feira mais organizada e dá destaque aos feirantes que estão escondidos. Mas poderiam fazer isso apenas agrupando os expositores, sem tirar ninguém do ponto. A clientela vem direto aqui”, reclama Maria das Graças Castanheira, que trabalha no ramo de sapatos.
Confiança
A possível perda de clientes não é o único ponto. Há feirantes que lamentam sair de perto de companheiros de anos.
“Eu, por exemplo, trabalho há mais de 30 anos ao lado dos mesmos expositores. Posso deixar a barraca por alguns instantes que sei que eles cuidarão dos meus produtos e, se preciso, até venderão para mim. Essa confiança vai ter que ser conquistada novamente”, afirma Manuel Carvalho.
Coordenador da Associação dos Expositores da Feira da Avenida Afonso Pena (Asseap), Alan Vinicius Jorge ainda tem esperança de virar o jogo. “Temos seis ações tramitando na Justiça. A decisão pode nos ser favorável”, afirma. A Asseap se reúne hoje para definir uma agenda de manifestações na tentativa de convencer a prefeitura a cancelar o sorteio.