Homem preso

Fábrica clandestina de cachaça é fechada no Barreiro, com apreensão de 1,6 mil garrafas

Casa de três andares tinha linha de envase, “caramelo” para tingir bebida e caderno com possíveis pontos de venda

Ana Luísa Ribeiro*
aribeiro@hojeemdia.com.br
Publicado em 07/10/2025 às 17:00.Atualizado em 07/10/2025 às 17:16.
Mais de 1.600 garrafas semelhantes à cachaça foram apreendidas (Maurício Vieira/Hoje em Dia)
Mais de 1.600 garrafas semelhantes à cachaça foram apreendidas (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Instalada numa casa de três andares no Barreiro, uma fábrica clandestina de cachaça foi desativada, com a apreensão de mais de 1,6 mil garrafas, rótulos de diversas marcas e todo o maquinário de envase. Amostras foram recolhidas para perícia, e os órgãos de fiscalização - incluindo a prefeitura e o Ministério da Agricultura - foram acionados. O responsável pelo imóvel, de 53 anos, foi preso.

A apreensão ocorreu na segunda-feira (6), mas as informações foram divulgadas nesta terça (7). Segundo a Polícia Civil (PC), a investigação era conduzida há meses e foi deflagrada a partir de denúncias. No local, a residência funcionava como indústria improvisada: armazenamento em um pavimento, tubulações e bombas para deslocamento da bebida e um andar dedicado ao envase e à falsificação. Conforme as autoridades, o proprietário da casa acabou colaborando com a equipe e admitiu que fazia a produção há anos.

Os policiais detalharam a estrutura montada para a falsificação: “Ele tinha todo o maquinário para falsificação de rótulo, para embalagem, para envasamento, para fechamento das tampas e até impressora gráfica de rótulo. Ele tinha todo um aparato ali para fomentar aquele negócio”. 

'Caramelo para tingir a bebida'

Além das garrafas e do maquinário, os policiais recolheram uma substância usada para alterar a cor e o aspecto da bebida - uma versão incolor e outra de tonalidade amarelada. Conforme a PC, o investigado chamava o composto de “caramelo”, utilizado para tingir a bebida e simular envelhecimento.  

A perícia realizou o levantamento no imóvel, e as amostras foram remetidas ao laboratório de química da PC, que avaliará se o material é de fato cachaça e se contém substâncias de risco, como o metanol. 

Os agentes também recolheram um caderno com anotações que indicam possíveis pontos de venda e rotas de distribuição. A apuração agora busca identificar outros envolvidos e eventuais crimes de reprodução ilegal das marcas. 

Alerta e canal de denúncia

As autoridades reforçam que a população deve evitar bebidas de procedência duvidosa e acionar as forças de segurança ao identificar produção ou venda suspeitas. Uma das formas é por meio do Disque Denúncia (181).

Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca

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