
Familiares, amigos e colegas de trabalho se despedem nesta terça-feira (12) do gari Laudemir de Souza Fernandes, morto a tiros enquanto trabalhava. O velório ocorre em uma igreja do bairro Nova Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Irmã do gari, Lidiane Souza conta que Laudemir deixará saudades. Segundo a mulher, o homem era “apaixonado” pela profissão e tinha muito orgulho de ajudar na limpeza da capital mineira.
“Ele morreu defendendo uma colega de trabalho, que era da índole dele. Era um rapaz extrovertido. Onde chegava, deixava alegria. Todo mundo gostava dele. Vai fazer muita falta dentro de casa. A filha dele está desolada, passando mal, assim como a mãe, a esposa e o irmão que está no hospital”, afirma.
Colega de trabalho de Laudemir, Edna Soares valorizou o “companheirismo” do gari no dia a dia. Inconformada, ela também pede por “mais respeito” aos garis, que estão na rua trabalhando para limpar a cidade.
“Estamos arrasados. Era um rapaz tranquilo, trabalhador, não gostava de confusão, ele vai deixar saudade. Queria pedir para as pessoas respeitarem mais né. Os garis precisam de respeito, não só os garis mas também os motoristas. Estamos na rua trabalhando, tenham mais paciência”, destaca.
Entenda o caso
De acordo com a Polícia Militar (PM), Laudemir foi morto no bairro Vista Alegre após um homem, identificado como marido de uma policial civil de Minas Gerais (PCMG), discutir com ele e os demais profissionais de limpeza que atuavam no local. O homem teria dito que se alguém encostasse em seu carro - um BYD de cor cinza - ele mataria.
Após passar pelo veículo de coleta de lixo, ele teria parado o carro, sacado uma arma e atirado contra os profissionais. Um dos tiros atingiu Laudemir. O gari foi socorrido e levado a um hospital de Contagem, mas não resistiu.
O homem foi identificado por câmeras de segurança da região. Pouco tempo depois, foi preso em uma academia na Avenida Raja Gabaglia, que fica na mesma região do crime. O suposto criminoso foi levado para o Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na madrugada desta terça-feira (12).
A Polícia Civil informou que prendeu o empresário, de 47 anos, em flagrante pelos crimes de ameaça e homicídio qualificado, por motivo fútil e uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima.
Além do investigado, três testemunhas foram ouvidas e reconheceram o suspeito, que foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça.
“A Polícia Civil se solidariza com os familiares da vítima e reforça seu compromisso com a legalidade, a imparcialidade e a elucidação completa dos fatos. Diante das circunstâncias, a Corregedoria-Geral da instituição instaurou um procedimento disciplinar e inquérito policial para apurar, com rigor e transparência, todos os elementos relacionados à eventual conduta de uma delegada que possui vínculo pessoal com o suspeito detido”, diz trecho da nota da PCMG.
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