Familiares de vítimas de Brumadinho protestam no IML e cobram agilidade na identificação dos corpos

Renata Evangelista
12/03/2019 às 11:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 17:45
 (WhastApp/Reprodução)

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Dezenas de parentes de mortos e desaparecidos após o rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, protestaram, na manhã desta terça-feira (12), em frente ao Instituto Médico Legal (IML) da capital. O grupo exige mais transparência e agilidade na identificação dos corpos. Até o momento, 200 mortes foram confirmadas e 108 pessoas continuam desaparecidas.

Conforme Jéssica Evelyn Soares, que perdeu o irmão e o primo no desastre ocorrido em janeiro deste ano, há diversos segmentos no IML sem identificação. "Queremos mais transparência. Precisamos saber o número real de segmentos que estão aguardando identificação e o número de segmentos que chega diariamente enviado pelo Corpo de Bombeiros", declarou.

Após o protesto, representantes dos manifestantes foram recebidos por médicos legistas. "Eles tiraram algumas dúvidas nossas e acertaram de passar informações diárias", contou Jéssica.

Identificação

Em nota, a Polícia Civil informou que realiza quatro formas de identificação das vítimas. Por papiloscopia (digital), odontologia legal, genética forense (DNA) e antropologia, que pode ser feita por meio de raio-x das partes do corpo ou de cicatrizes e/ou tatuagens. 

"Quando o segmento ou corpo é identificado, o óbito é confirmado e a família avisada para realização dos procedimentos de sepultamento. No caso dos segmentos, cada caso é tratado individualmente com os familiares", explicou.

De acordo com a corporação, atualmente há 420 casos no IML, entre corpos inteiros e segmentos. Destes, 173 estão pendentes. "É importante ressaltar que esse número de casos pendentes não reflete o número de óbitos, pois um ou mais segmentos pode pertencer a uma única pessoa". 

Ainda conforme a polícia, os casos em que necessitam exame de DNA são mais complexos. "Cada caso é analisado individualmente e, alguns, demandam maior trabalho e tempo para identificação do que outros. Corpos em estado avançado de decomposição demoram mais para serem identificados, além do fato de que cada corpo evolui de forma diferente para putrefação", frisou.

A Vale foi procurada pela reportagem, mas ainda não se manifestou.

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