Familiares reclamam que Backer não pagou tratamentos determinados pela Justiça

Anderson Rocha
@rochaandis | arocha@hojeemdia.com.br
05/03/2020 às 11:13.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:50
 (Divulgação/ Abraão Bruck/ CMBH)

(Divulgação/ Abraão Bruck/ CMBH)

Familiares de vítimas de intoxicação por dietilenoglicol cobraram, em audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte, nessa quarta-feira (4), que a cervejaria Backer assuma a responsabilidade pela comercialização do produto contendo a substância e faça o custeio das despesas hospitalares emergenciais.

A audiência, realizada pela Comissão de Saúde e Saneamento, debateu os riscos à saúde pública em relação às suspeitas de intoxicação das cervejas fabricadas pela marca Backer e seus impactos na cadeia produtiva do setor. O encontro contou com representantes da empresa, além de parlamentares. Na ocasião, a Backer afirmou que há sinais da substância tóxica em outras marcas de cerveja.

"Essas análises e estudos são muito importantes daqui pra frente, para entender o que houve, para reerguer a empresa e prestar contas para todo mundo. Mas, não muda em nada a nossa vida", afirmou Ângela Cotta, cujo pai está internado há meses devido à intoxicação. Segundo ela, as despesas mensais para o tratamento do familiar estão próximas a R$ 20 mil, valor que Ângela afirma indispor.

A empresa afirmou que aguarda o desbloqueio de suas contas para avaliar a situação, mas que pretende se reunir com as famílias e negociar um valor.

Já o advogado dos consumidores intoxicados, André Coutto, afirmou que a Backer já havia recebido ordem judicial para pagamento do custeio das despesas emergenciais até a última terça-feira (3), mas esse prazo venceu sem que a cervejaria arcasse com os valores.

Além disso, Coutto alertou para o faturamento de R$ 72 milhões que a empresa teria tido no ano passado e para o fato de que o bloqueio das contas não impediria o auxílio às vítimas.

"Espero me reunir com cada um de vocês e chegar a um valor. Nós fabricamos um produto para proporcionar alegria, e não tristeza. O sofrimento de vocês também me faz sofrer. Não durmo à noite", afirmou a diretora executiva e sócia da Backer, Ana Paula Lebbos.

Questionada sobre o não pagamento dos valores determinados pela Justiça, a Backer afirmou que a "Justiça que cobra da empresa o apoio a essas pessoas é a mesma que bloqueou todos os bens da cervejaria no dia 14/02, inviabilizando assim qualquer ajuda nesse sentido". 

A empresa explicou, em nota, que reafirmou na audiência pública dessa quarta-feira (4), perante aos familiares das pessoas intoxicadas, o compromisso de prestar assistência aos atingidos.

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