Farmácias da Grande BH pedem até 4 horas para entregar teste de Covid que demorava 15 minutos

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
18/01/2022 às 15:00.
Atualizado em 21/01/2022 às 12:16
 (Andre Borges/Agência Brasília)

(Andre Borges/Agência Brasília)

A nova onda da Covid-19 disparou a procura por testes rápidos em Minas. Com poucos insumos e muita demanda, grandes redes de farmácias ampliaram para quatro horas o resultado do exame capaz de detectar anticorpos do coronavírus. Antes, a espera era de 15 a 20 minutos. Ontem, o Estado bateu recorde de casos em um dia, com 20,8 mil confirmações.

Semana passada, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) alertou para o risco de desabastecimento e recomendou a priorização de pacientes graves. Conforme a Abrafarma, 61 mil exames foram realizados nos nove primeiros dias de janeiro. O número representa 75% da testagem feita em dezembro de 2021, além de superar as de outubro e novembro.

Um dos locais com maior procura é a Drogaria Araújo. Segundo a empresa, nas primeiras semanas deste ano, a demanda aumentou 600%, na comparação com dezembro. Na unidade da Rua do Carmo, em Santa Luzia, na Grande BH, cartazes foram colocados indicando a espera de quatro horas pelo teste rápido.

Quem procura pelo serviço, por conta da praticidade, reclama. “Vim aqui achando que seria rápido, mas já tem mais de uma hora que estou esperando. E me falaram que deve demorar muito para pegar o resultado”, contou a engenheira Letícia Silva, de 35 anos. Ela se queixava de dores no corpo e coriza.

A dificuldade também é encontrada em drogarias da rede na capital. Na do bairro Santa Efigênia, na região Leste, o teste rápido 19 só é feito por agendamento, das 10h às 18h45. Ontem, só restavam quatro horários disponíveis.

Em algumas farmácias, o teste chega a custa R$ 130. Porém, com tanta procura, já faltam testes. Caso da Drogaria Americana, no Centro. Lá, os estoques acabaram mês passado e não há previsão para reposição.

Na Droga Clara, os estoques também estão acabando. Lá, o exame fica pronto em 30 minutos e é feito por ordem de chegada. Porém, os próprios atendentes dizem que há risco do cliente não conseguir, pois a testagem só é feita das 14h às 18h. 

Prioridades
Além das farmácias, a corrida por testes também acontece nos laboratórios da capital. O São Marcos restringiu temporariamente a realização de exames para detecção do coronavírus. Os testes PCR estão sendo feitos apenas por agendamento e grupos específicos são priorizados, como trabalhadores da saúde e outros serviços essenciais. 

No Hermes Pardini o prazo para entrega do exame PCR, que antes era de dois dias, passou para quatro dias úteis. Lá, a taxa de positividade está acima dos 50%. A infectologista e assessora médica da rede de laboratórios, Melissa Valentini destaca que é urgente conter essa transmissão. 

“Quem tiver sintomas gripais deve se manter isolado. Quem aguarda resultado de teste e até mesmo quem não conseguir fazer o exame para diagnóstico, deve fazer a quarentena”, disse a especialista, que reforça a necessidade do uso de máscaras, lavagem das mãos e distanciamento.

Autoteste
Na tentativa de ampliar o diagnóstico da Covid no Brasil, o Ministro da Saúde solicitou a autorização do autoteste, já usado em países como Estados Unidos. Vendidos em farmácias ou distribuídos pelo sistema público, o exame é feito pelo próprio usuário. O pedido está nas mãos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Porém, conforme informado ontem pelo órgão, não há previsão para o relatório dos técnicos.

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