Amoxicilina com Clavulanato

Farmácias de BH registram falta de antibiótico usado em várias doenças, como sinusite e bronquite

Clara Mariz e Gabriel Rezende
05/08/2022 às 07:29.
Atualizado em 05/08/2022 às 10:04

A falta de medicamentos em farmácias e hospitais de Belo Horizonte e Minas Gerais tem sido tema recorrente de reclamações da população. Desta vez, quem não tem aparecido nas prateleiras é o antibiótico amoxicilina com clavulanato de potássio, bastante receitado em doenças como sinusite e bronquite.

O desabastecimento da medicação foi constatado pela reportagem do Hoje em Dia. Na manhã dessa quinta-feira (3), de oito farmácias procuradas, apenas duas possuíam estoque do remédio. Outros estabelecimentos afirmaram que o produto está em falta há bastante tempo. Em uma farmácia, a justificativa foi que há problema com o fabricante.

De acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), no primeiro trimestre deste ano houve um aumento "atípico" de demanda por alguns medicamentos, principalmente antibióticos e analgésicos. A alta procura acabou causando uma desorganização no fornecimento às farmácias e demais distribuidores, "provocando desabastecimentos pontuais e circunstanciais de alguns produtos".

Em relação à amoxicilina com clavulanato de potássio, o Sindusfarma explicou que não há dados específicos e que uma atualização sobre a falta de medicamento será feita nas próximas semanas. No entanto, o sindicato afirmou que há problemas no fornecimento de certas matérias-primas, como materiais de embalagem, o que afeta a entrega do produto final.

"Apesar dessa situação, no primeiro semestre de 2022, a indústria farmacêutica instalada no país aumentou a produção e a venda de produtos importantes, como o antibiótico amoxicilina e o analgésico dipirona", disse o Sindusfarma por meio de nota.

O que fazer sem o antibiótico 
Ao notar a ausência de algum medicamento, o paciente deve procurar o médico responsável pela prescrição, explicou a infectologista e pediatra Gabriela Araújo. "A farmácia ou o paciente não pode fazer a troca por contra própria", alertou.

Ela explica a diferença entre a amoxicilina comum e a versão com clavulanato. "(A versão composta) cobre outros tipos de bactérias que a amoxicilina sozinha não alcança. Ela é recomendada para ampliar o espectro de atuação", detalhou a médica.

Por esse motivo, Gabriela reforçou que a amoxicilina comum não deve ser usada caso o médico tenha receitado a versão combinada com clavulanato. "Relate ao médico a dificuldade de conseguir a medicação para que ele prescreva um remédio com espectro semelhante e que esteja disponível no mercado".

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