
A nova tragédia ambiental causada pelo rompimento da barragem 1 da Mina Feijão, ocorrida no início da tarde desta sexta-feira (25), em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem repercutido nas redes sociais e aplicativos de mensagens em todo o país. Imagens e áudios circulam em alto volume e com veracidade truncada.
Fato x boato: mais de mil mortos após soterramento em restaurante
Áudios que circulam no WhatsApp relatam que, no horário do rompimento, um restaurante com capacidade para duas mil pessoas estava com lotação pela metade e foi atingido pela lama, soterrando os usuários.
Indefinido. Até às 16h desta sexta-feira (25), nenhum órgão de resgate e nem a empresa Vale confirmaram a morte de algum funcionário ou morador do povoado do Córrego do Feijão.
No entanto, a Vale divulgou, em nota, que havia empregados na área administrativa da empresa, local que foi atingido pelo rompimento, "indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas".
Por volta das 17h, o Corpo de Bombeiros confirmou, em nota, o desaparecimento de cerca de 200 pessoas.
Fato x boato: estradas totalmente bloqueadas para o acesso a Brumadinho
Fotos e tuítes em redes sociais afirmam que todos os acessos à cidade de Brumadinho estão fechados.
Em parte. A cidade de Brumadinho pode ser acessada, basicamente, por três caminhos: pela BR-381 com a MG-040; pela MG-040 propriamente dita (saindo pela região do Barreiro, no trajeto por Ibirité, na RMBH); e por Casa Branca, pelo Parque Estadual do Roça Moça.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a BR-381 (que dá acesso de Contagem até Sarzedo e, em seguida, a Mário Campos) está com tráfego normal. O órgão também informou que, por volta das 16h, as rodovias federais, como a BR-040 e BR-262, seguem com fluxo normalizado.
Já a rodovia estadual MG-040, que é acessada por Sarzedo e, em seguida, pela cidade de Mário Campos, teve tráfego interrompido durante toda a tarde, mas foi liberada às 16h30. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o tráfego foi permitido porque o fluxo é pequeno e há muitas pessoas que moram nas cidades até Brumadinho. Dessa forma, a chegada até a ponte de Brumadinho está autorizada, mas os carros não podem entrar na cidade. Pessoas a pé têm acesso.
Por fim, a chegada a Brumadinho por Casa Branca, que é feita por uma estrada vicinal, está fechada, também segundo a PMRv. Isso porque o acesso está localizado a cerca de 3km de onde aconteceu o rompimento.
Fato x boato: o Instituto Inhotim, parque de arte localizado em Brumadinho, foi atingido pela tragédia.
Boato. Toda a área de visitação do museu foi esvaziada, de acordo com o instituto, conforme orientação da Polícia Civil. Todos os funcionários e visitantes deixaram o local. Porém, a área do Inhotim, que fica a cerca de 4,5 km do centro de Brumadinho, não foi atingida. Ainda segundo o parque, não há vítimas, nem prejuízo às obras, jardins e outras instalações do museu.
O Inhotim ainda informou que, em solidariedade ao município e a todos os atingidos, não funcionará neste sábado (26) e domingo (27).
Fato x boato: o rompimento da barragem em Brumadinho tem a mesma proporção que o de Mariana
Mentira. O rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em novembro de 2015, em Mariana, na Região Central, derramou 43,7 milhões de m³ de lama, que chegaram até a costa brasileira, no Espírito Santo.
Já o acidente na Mina Feijão, em Brumadinho, despejou cerca de 1 milhão de metros cúbicos de rejeito de mineração. A informação sobre a capacidade da barragem é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Leia a nota da Vale:
"A Vale informa que, no início desta tarde, ocorreu o rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG). A companhia lamenta profundamente o acidente e está empenhando todos os esforços no socorro e apoio aos atingidos.
Havia empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas. Parte da comunidade da Vila Ferteco também foi atingida.
O resgate e os atendimentos aos feridos estão sendo realizados no local pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente.
A prioridade máxima da empresa, neste momento, é apoiar nos resgates para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais".