Velas, fitas e devoção. Em todo 30 de agosto, a Paróquia dos Sagrados Corações, na região Noroeste de Belo Horizonte, é tomada por uma multidão que presta homenagens a Padre Eustáquio. Ontem, no santuário, mais de 30 mil católicos se uniram para celebrar os 75 anos da morte do beato.
Entre os religiosos estava Nezi Maria Silva, de 74, que garante nunca não deixar de comparecer. A aposentada nasceu logo depois do falecimento do padre e o considera responsável pela cura de dois cânceres que teve.

Nezi se emociona ao relembrar os milagres. “Não tem nada que compare o que ele representa para mim, ouro nenhum paga. Ele está na minha frente, sempre”, diz, com os olhos marejados.

Quem também esteve no templo para agradecer foi a bancária Elisa Assis, de 34 anos. Segundo ela, a história da família com o beato é antiga. “Desde pequena, minha mãe rezava para que Padre Eustáquio nos ajudasse nos estudos e no trabalho. Somos muito fiéis a ele”, conta.

As comemorações també<CW0>m trouxeram familiares do beato da Holanda ao Brasil, como o sobrinho Jan van den Boomen. Ele contou ter vindo mais de 15 vezes a BH acompanhar as festividades. “Estamos orgulhosos por ver tanta gente feliz. Toda vez é essa impressão maravilhosa”, afirmou.

Espontânea

Reitor do santuário, padre Marcus Vinícius Maciel conta que as solenidades ocorreram espontaneamente. “Um ano depois que ele faleceu, não havia nenhuma programação para a data. No entanto, as pessoas compareceram, tanto na paróquia quanto no Cemitério do Bonfim (onde ele foi sepultado), e marcaram o dia de celebrações”, disse.

No último ano de vida, ainda conforme o reitor, Padre Eustáquio curou inúmeros devotos. “Existem relatos de que a polícia o investigou, para saber se não era charlatanismo ou exploração popular. Constatou-se tratar apenas de um padre dando a bênção aos fiéis”, diz.Flávio TavaresPessoas de várias idades passaram pelo santuário na região Noroeste de Belo Horizonte

Reconhecimento

Beatificado em 2006 pelo Papa Bento XVI, os católicos aguardam a canonização de Padre Eustáquio, processo aberto em 1956. Segundo a Arquidiocese de BH, para que seja considerado santo, o Vaticano precisa reconhecer três milagres feitos por ele. Embora há diversos relatos de curas, apenas a do padre Gonçalo Belém, que estava com câncer, em 1962, foi comprovada.Flávio TavaresElisa Assis conta que a mãe pedia ao beato que ajudasse a família nos estudos

Compartilhar