Os casos de febre amarela confirmados em Minas Gerais dobraram em apenas uma semana. De acordo com boletim divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), 47 pacientes estão infectados. O número é 113% maior em relação ao levantamento anterior, anunciado em 17 de janeiro, quando eram 22 registros. Já os óbitos saltaram de 16 para 25 no mesmo período.
A Grande BH concentra a maioria das mortes, com 12 vítimas até o momento. Os óbitos ocorreram na capital, Brumadinho, Caeté, Mateus Leme, Rio Acima e Nova Lima. Só nesse último município, seis pessoas perderam a vida em decorrência da enfermidade. A cidade lidera o ranking de mortes em Minas. Já em Sabará e Santa Luzia há pacientes sendo tratados. Dentre os casos confirmados no Estado, 19 foram relatados na região metropolitana da capital, o equivalente a 40% do total.
Causas
Não há explicação oficial para o fenômeno, mas especialistas apontam possíveis causas. Uma delas é a “invasão” dos condomínios em locais que eram rurais. “Ainda não acreditamos na introdução do vírus em áreas urbanas, mas muitos condomínios estão em áreas verdes. A penetração humana nesses espaços pode estar causando um desequilíbrio”, sugere o virologista Flávio Guimarães da Fonseca, da UFMG.
A concentração dos casos nas cidades vizinhas à capital também deve ter relação com a melhoria da rede hospitalar nesses municípios. Para Fonseca, esse avanço pode ter propiciado mais internações mesmo que o contágio dos pacientes tenha ocorrido em outras localidades, principalmente por conta das férias.
“É preciso fazer uma investigação aprofundada da rota do vírus para detectar áreas de contágio, o que é essencial para o combate à doença. Estamos em um período em que as pessoas circulam muito, inclusive para áreas rurais, e isso tem que ser levado em conta”, afirma o especialista.
Combate
Por nota, a SES informou ter adotado a imunização casa a casa, com prévia conferência do cartão de vacinação, nas regiões onde há casos confirmados da febre amarela. Além disso, a vigilância de mortes de macacos e investigação de insetos foram intensificadas.
A pasta ainda disse que irá reforçar a vacinação conforme o perfil da cidade, realizar exames laboratoriais e fazer reuniões de planejamento e orientações aos municípios. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, reforçou o alerta da necessidade da vacinação.
Em coletiva à imprensa, ele lembrou que muitos brasileiros evitam a folia e preferem participar de retiros em regiões de mata durante o período. “Essas pessoas têm que tomar a dose com antecedência mínima de dez dias”, frisou.
*Com Agência Brasil

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