Minas Gerais enfrenta desafios em diversas frentes de saúde pública, com a febre maculosa, casos de metanol, vacinação e arboviroses (como a dengue) sendo temas de atenção. Fábio Baccheretti, secretário de Estado de Saúde, abordou esses pontos durante o Dia D Vacinação realizado no Parque Municipal, no centro de Belo Horizonte, neste sábado (18).
Febre maculosa: mortes e período de seca
Neste ano, cinco mortes e 33 casos de febre maculosa foram confirmados em território mineiro. O último óbito foi registrado em Caratinga, no leste do estado, na quarta-feira (15). Doze registros suspeitos seguem em investigação.
Segundo o secretário, os casos estão "dentro do previsto, o que acontece todos os anos". Ele ressaltou que a época de seca é propícia à transmissão da doença pelo carrapato. Baccheretti recomendou que pessoas em zonas rurais e com contato com animais usem "roupas especialmente claras que cubram todo o corpo. Dessa maneira, a identificação do carrapato é mais fácil e você evita a doença".
Ele acrescentou que, com a chegada do período chuvoso, a tendência é que a transmissão diminua. Ações de orientação são constantes, com fortalecimento em municípios específicos, como Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Metanol: desconfie de bebidas baratas
Um possível caso de intoxicação por metanol é investigado em Itajubá, no sul de Minas Gerais. Trata-se de um homem de 48 anos que morreu na terça-feira (14) após uso abusivo de álcool.
Baccheretti afirmou que a situação está "controlada em Minas, e muito pouco provável termos algum caso em nosso estado", pois os casos se concentram, especialmente, em São Paulo, ligados a bebidas falsificadas.
O chefe da pasta orienta que a população desconfie de bebidas alcoólicas com preços muito abaixo do mercado. "Desconfie de bebidas muito baratas, aos compradores também distribuidores de bebidas. Não é à toa uma bebida em promoção e em desconto muito grande, a possibilidade dela ser adulterada é muito grande, ou ser falsificada é muito grande. Então é procedência, garanta a procedência, não beba bebidas que não tenha garantida a sua procedência, não só por causa do metanol, mas outras contaminações que podem acontecer", alertou.
Vacinação: varicela preocupa, sarampo sob controle
No que diz respeito à vacinação, a maior preocupação da pasta é a varicela (catapora), devido ao "menor índice vacinal por falta da vacina". O secretário informou que a secretaria terá que recuperar o tempo perdido assim que a distribuição da vacina pelo Ministério da Saúde, que enfrenta um problema de fornecimento, for normalizada.
Já sobre o sarampo, ele garantiu que o estado está "bem vacinado", apesar da alta transmissibilidade da doença. Ele destacou o sucesso de iniciativas como os vacimóveis e o recurso enviado aos municípios que batem a meta de imunização. "Minas Gerais está na melhor, no melhor índice vacinal da última década e nós vamos continuar crescendo", celebrou.
Arboviroses: três tipos de dengue em circulação
Com a chegada do período chuvoso, a situação das arboviroses, como a dengue, também foi abordada. O secretário afirmou que o estado está se preparando, com capacitação iniciada em setembro em todas as regiões e o plano de combate às emergências já em andamento.
"Recursos financeiros já [foram] enviados aos municípios para que a gente consiga ter menos casos do próximo ano", informou. A principal preocupação é a circulação de "três tipos de dengue ao mesmo tempo em nosso estado".
Para combater o mosquito, estão sendo utilizados drones e as UBV's (fumacê descentralizado). No entanto, o secretário enfatizou a importância da participação da população: "Nós precisamos que cada cidadão faça o seu papel. Lembrar que mais de 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti está dentro de casa. Das nossas casas. São calhas, são locais com água parada". As campanhas estão insistindo nessas ações, e o estado está preparado e realizando ações preventivas "mesmo antes da chuva vir para valer".