Flávio Roscoe falou em coletiva de imprensa no prédio da FIEMG na manhã desta terça-feira (5) (Lucas Prates/Jornal Hoje Em Dia)
A "comoção popular" a respeito da liberação de um projeto de mineração na área da Serra do Curral, entre BH e Nova Lima, foi classificada como resultado de "fake news" pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe.
A Fiemg é uma das entidades favoráveis ao projeto da empresa Taquaril Mineração (Tamisa) na região, aprovado em reunião do Conselho Estadual de Política Ambiental de Política Ambiental (Copam) no sábado (30). A Federação informou que a atividade não afetará o perfil do local.
"Estamos em ano de eleição e algumas pessoas se aproveitam desse fator para buscar visibilidade", disse Flávio Roscoe, sem citar nomes, durante coletiva na manhã desta terça-feira (3).
"Não vai existir barragem de rejeitos, não vai ter poeira atrapalhando o pôr do sol. São todas notícias falsas divulgadas recentemente", completou.
Roscoe garantiu que todo o parecer envolvendo o projeto de mineiração foi técnico e não sofreu interferências políticas, e disse que os impactos ambientais são mínimos. "Não vamos alterar o perfil da Serra do Curral, o pico Belo Horizonte, e também não vamos prejudicar o abastecimento hídrico", afirmou.
Na visão do presidente, se as postagens em redes sociais tivessem os reais detalhes técnicos, a população entenderia que não há riscos significativos para o meio ambiente nem para o próprio local. "Há um esforço para desinformar a população mineira sobre esse processo de licenciamento", afirmou.
"Os estudos que viabilizaram o projeto de mineração foram desenvolvidos ao longo de sete anos. Confio no corpo técnico e no nosso conselheiro que deu parecer favorável", frisou. Ele ainda afirmou que eventuais ameaças à Fiemg e seus funcionários serão estudadas pelos advogados da Federação e podem resultar em processos.
De acordo com FIEMG, perfil paisagístico não será alterado (Valéria Marques/Hoje Em Dia)
Sobre o fato de a reunião ter terminado de madrugada, o presidente se defendeu das afirmações de que a aprovação tenha acontecido "na calada da noite". "Foi uma reunião pública, com mais de 18 horas de duração e que teve a participação pública de quem se inscreveu com todos os trâmites regimentais respeitados", explicou.
O presidente ainda defendeu a viabilidade econômica do projeto. "Serão R$ 4 bilhões ao longo de dez anos para os cofres do Estado e a previsão é que dois mil postos de trabalho sejam criados nessa primeira fase", comentou.
Licença
A licença concedida pelo Copam prevê a exploração do local por quatro anos. Para a segunda fase, prevista para Tamisa, será necessária uma nova discussão para obter uma nova licença, que liberaria a exploração de outros 58 hectares na mesma área.
Sobre ações ajuizadas pela PBH e MPMG, o presidente da Fiemg reconheceu que existe o direito do questionamento, mas disse que outras três ações foram movidas na Justiça, sem sucesso e o projeto seguiu em andamento.
O Hoje em Dia procurou a mineradora Tamisa por telefone e e-mail, mas ainda não obteve retorno. A reportagem será atualizada assim que tiver uma posição da empresa.
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