O filho da professora Soraya Tatiana, acusado de matá-la em Belo Horizonte, no dia 18 de julho, foi denunciado nesta segunda-feira (22) por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Pelos crimes, o homem, de 32 anos, poderá pegar uma pena superior a 40 anos.
Segundo os promotores de Justiça Claudio Barros e Caio Bogus, que assinam a denúncia, a conduta de feminicídio ficou caracterizada pelo fato de o crime ter sido cometido em contexto de violência doméstica e familiar contra a vítima.
“As investigações demonstraram um histórico de violência psicológica e patrimonial cometida pelo filho contra a mãe”, afirmaram os promotores.
O caso seguirá para julgamento pelo Tribunal do Júri. Enquanto isso, o MPMG requereu que seja mantida a prisão preventiva do denunciado e a fixação de valor mínimo de reparação dos danos causados em favor da família da vítima.
De acordo com a investigação, o crime ocorreu no apartamento onde ambos residiam, no bairro Santa Amélia. A denúncia aponta que o acusado, inconformado com a recusa da mãe em arcar com suas dívidas, a estrangulou por meio de um golpe conhecido como “mata-leão”.
Após o crime, o denunciado teria ocultado o corpo da vítima em um local ermo de Vespasiano, na Grande BH, onde permaneceu até ser encontrado em 20 de julho. Em seguida, o homem teria fraudado o andamento das investigações ao registrar um boletim de ocorrência de falso desaparecimento dela, além de ter utilizado o notebook da mãe para enviar mensagens a amigas da vítima, simulando que ela ainda estaria viva.
Relembre o Caso
Soraya Tatiana Bomfim França desapareceu após não comparecer a uma festa de aniversário na sexta-feira,18 de julho, alegando indisposição. No sábado (19), o filho tentou contato sem sucesso, e mensagens não foram visualizadas. A família, preocupada, acionou um chaveiro para entrar no apartamento, onde Soraya não foi encontrada. Não havia sinais de arrombamento, mas o celular, óculos e chaves da professora sumiram, embora seu carro estivesse na garagem.
O corpo de Soraya foi encontrado no domingo (20) por moradores em uma área de mata em Vespasiano, vestindo apenas a parte superior das roupas.