Força feminina: o que elas querem é pegar pesado

Flávia Ivo e Letícia Alves - Hoje em Dia
18/11/2014 às 07:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:03
 (Montagem/ Hoje em Dia )

(Montagem/ Hoje em Dia )

Elas têm objetivos em comum: tornear o corpo e perder os quilinhos indesejados. Só que, para alcançá-los, não optaram por aulas coletivas de ginástica, balé ou outras modalidades tipicamente femininas. Escolheram esportes que exigem força e superação. Não ligam para o suor excessivo ou para os hematomas adquiridos no treino, o que importa é gastar muitas calorias e garantir um corpo sarado.   Lama, poeira, subidas íngremes e muita força nas pernas não assustaram a modelo Caroline dos Santos, de 28 anos, que escolheu o mountain bike, há nove meses. Ela queria fortalecer pernas e abdômen e acabou se apaixonando pela modalidade. Hoje, integra o grupo Bikers BH, participa de competições amadoras e já levou medalha de ouro. “Foi difícil, no início. Tive que me superar. Mas acredito que o desafio está mais na mente do que no corpo”.    Além do mountain bike, as artes marciais também têm atraído muitas mulheres que resolveram fugir da mesmice da tradicional malhação, de acordo com as academias pesquisadas pela reportagem do Hoje em Dia.    Um dos benefícios que determina a escolha é o alto gasto calórico – algumas modalidades chegam a ‘derreter’ 1.000 calorias em uma hora. Além disso, proporcionam o trabalho de quase todos os grupos musculares, com impacto nas coxas, ombros, costas e peitoral.    A empresária Fernanda Vignoli, de 27 anos, engrossa a quantidade de mulheres que escolheram praticar boxe chinês e jiu-jítsu. Ela destaca que encontrou nas lutas uma forma de tornear o corpo. Já perdeu dez quilos e leva a disciplina do esporte para outras áreas da vida, como a alimentação. “Já tentei outras modalidades, mas foi nas lutas que alcancei o meu objetivo. Sou uma das poucas mulheres das turmas e não me importo em enfrentar os homens. Chego cheia de ‘roxo’ em casa”, afirmou.    “Antes não tinha tanta mulher assim, pois as lutas eram tidas como esportes para homem”, afirmou o professor da academia Kimura, no bairro Floresta, Flávio Teixeira Dias Neto. Segundo ele, elas até preferem enfrentar os homens. “Se acontecer alguma coisa em uma rua, por exemplo, elas estarão preparadas para se defender”, explicou o profissional referindo-se à autodefesa.    COM LUVAS   Os amigos da estudante Clara Brenck, de 19 anos, dizem, em tom de brincadeira, que é melhor não mexer com a moça. Ela começou a praticar o kickboxing nas férias e, hoje, até compete na categoria amadora. No último campeonato, levou o ouro. “Eu só penso naquele momento, naquela luta. É muito relaxante, saio muito tranquila. Quanto mais me esforço, melhor saio psicologicamente”.    Na academia Ely Kickboxing, algumas turmas chegam a ter até 70% de mulheres. Um dos grandes atrativos das aulas é aliar a defesa pessoal com uma atividade de alto gasto calórico, segundo o mestre e fundador, Ely Pereira e Silva. “É impressionante como a procura aumentou nos últimos anos. Há algum tempo, as academias afastavam mulheres e pessoas mais velhas. Tinha aquela ideia de que tinha que tomar e levar pancada. Hoje, isso mudou”, disse.    Já fonoaudióloga Karina Gesualdi, de 36 anos, alcançou resultados físicos e psicológicos com o boxe. Há seis meses, ela iniciou uma preparação mais intensa na academia Body Tech. Nas aulas, há até combate em ringue. “Eu estou apaixonada pelo boxe. É excelente para o físico. Consegui definição muscular e também é uma atividade que me dá prazer. Vou muito feliz para as aulas”, contou satisfeita.    Desafios em cima da bicicleta   As paisagens e o desafio do mountain bike são atrativos que também fizeram a cabeça delas.  O grupo Bikers BH conta com mais de 700 participantes e cerca de 40% são mulheres.    O grupo se reúne aos domingos e percorre vários trechos. O percurso chega a ter 3 horas e solo variado – terra, lama, pedras e subidas íngremes aumentam o desafio. “Elas são mais obstinadas e dedicadas do que os homens. Não querem ficar para trás e até puxam a corrida”, disse o fundador do grupo Pedro Trindade.    PONTO A PONTO   - Jiu-jítsu: o objetivo é jogar o adversário no chão e imobilizá-lo. Torneia braços, ombros, abdômen e quadril. - Boxe: no treino, é preciso ficar nas pontas dos pés e desenvolver os golpes. Define braços, ombros, costas, abdômen e panturrilha.  - Muay Thai: é também conhecido como boxe tailandês. Combina socos, chutes e joelhadas. Modela membros inferiores e superiores. - Kickboxing: a modalidade une os socos do boxe com os chutes do karatê. Malha perna, glúteos e braços.  - MMA: com uma mistura de lutas, a atividade inclui movimentos variados, melhorando equilíbrio, agilidade e força.  - Mountain Bike: hoje, existem bicicletas específicas para as mulheres. Por meio de percurso variado, malha principalmente pernas, glúteos e abdômen. - Box Chinês: é uma técnica de defesa pessoal semelhante ao muay thai. Combina golpes com uso dos punhos, cotovelos, joelhos, panturrilhas e pés. Desenvolve braços, abdômen, pernas e coxas.  - Karatê: trabalha a disciplina e o autocontrole, além de defesa pessoal por meio de mãos, pés, joelhos e cotovelos. 

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