Greve

Forças de segurança pública de Minas decidem entrar em paralisação pela recomposição salarial

Bernardo Estillac
bernardo.leal@hojeemdia.com.br
21/02/2022 às 14:53.
Atualizado em 21/02/2022 às 19:30
 (Bernardo Estillac)

(Bernardo Estillac)

Após manifestação realizada na manhã desta segunda-feira (21), agentes da segurança pública, em votação aberta, decidiram entrar em paralisação até que o governador Romeu Zema (Novo) envie projeto de recomposição salarial à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Em Assembleia realizada em frente à ALMG, as polícias Civil, Militar, Penal e o Corpo de Bombeiros decidiram pela paralisação.

A mensagem passada à Polícia Militar é de aquartelamento imediato.

De acordo com o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), a votação pela paralisação em assembleia tem efeito instantâneo e todas as forças de segurança do Estado reduzirão seus efetivos até que Romeu Zema envie projeto de reajuste salarial à ALMG.

"O que os presidentes de sindicatos e associações deliberaram foi pela paralisação. Quem  decide pela paralisação são os presentes e houve deliberação registrada por toda a imprensa. Ou seja, a assembleia de mais de 30 mil policiais decidiu pela paralisação até o envio do projeto de lei pelo governador contendo a recuperação pela perda inflacionária", afirmou o parlamentar ao Hoje em Dia;

A decisão pela greve foi amplamente apoiada pelos presentes, que entoaram cantos como "se o Zema não pagar, a polícia vai parar".


De acordo com o diretor da Federação Interestadual dos Policiais Civis (Feipol) da região Sudeste, Wemerson Oliveira, a decisão pela greve terá repercussão já nesta segunda-feira (21).

"Todos os serviços serão afetados diretamente, tanto o atendimento ao público, o registro de veículos, as investigações, rabecão, recolhimento de corpos, todos os serviços serão prejudicados. Pela decisão já é a partir de hoje. A decisão foi pela paralisação geral, então nós acompanhamos a categoria. Lógico que não vamos deixar casos urgentes e graves sem cuidado. Mas os serviços que não são essenciais e de urgência serão parados”, disse.

Oliveira explica que a reivindicação pela recomposição salarial é calculada de acordo com a perda inflacionária.

“Nós não temos reajuste desde 2015 e tivemos uma perda inflacionária de 50,75% até 2021. Como tivemos um aumento de 13% em 2020, retiramos esse percentual da nossa pedida e reivindicamos uma recomposição salarial de 37,75% ao governo estadual”, afirma.

Em acordo com o governador Zema, ficou decidido que os servidores da segurança receberiam aumentos de 13% em 2020, e 12% em 2021 e 2022. Apenas a primeira parcela foi paga.

Wladmir Dantas, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Penais de MG, disse que, no caso da polícia penal, o setor jurídico do sindicato avaliará as restrições legais para determinar os próximos passos e impactos no funcionamento dos presídios do Estado.

Ainda não há detalhes sobre como será realizada essa paralisação nas demais corporações.

Em nota, o Corpo de Bombeiros afirmou que reconhece o movimento como legítimo e respeita a liberdade de manifestação. 

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