(Lucas Prates)
As chuvas intensas que atingiram Belo Horizonte na tarde dessa quarta-feira (16) ainda causam dor de cabeça para moradores do bairro Liberdade, na região da Pampulha. No local, quase 20h depois do início da tempestade, ainda há árvores caídas ao chão, vias parcialmente interditadas e falta de energia elétrica.
A precipitação acompanhada de fortes ventos, segundo moradores, foi registrada entre 15h30 e 16h de ontem. Desde então, a região segue da mesma forma.
“Todo mundo assustou muito. Foram de 7 a 10 minutos com ventania e granizo. Já presenciamos algo similar, mas dessa vez a força foi maior. E desde então estamos sem energia e sem previsão de retorno. A Cemig vem, olha e vai embora. Ninguém fala nada”, disse o empresário e morador da rua Intendente Câmara, Djane Rodrigues Porto.
Na via, duas árvores de grande porte caíram com a força do vento. “Era uma tragédia anunciada. Desde o início de 2020 eu solicito que a prefeitura venha aqui fazer a avaliação das árvores porque todo ano é a mesma coisa. Sempre que chove forte e venta muito, os galhos caem e as árvores balançam. Então a gente já estava na expectativa de que isso acontecesse um dia”, contou Djane.
O empresário disse, ainda, que reunirá os documentos para que vizinhos possam acionar a Justiça e recuperar os prejuízos causados. “Ano passado eu liguei, mandei e-mails para ouvidoria pelo sistema da PBH e eles falaram que estava autorizada a poda, mas até hoje eles não fizeram nada. Então estou levantando os protocolos dos últimos dois anos para que a nossa vizinha possa tomar as providências. infelizmente foi uma tragédia anunciada”, concluiu.
Por meio de nota, a Cemig informou que a chuva de ontem foi acompanhada de ventos de até 55km/h, ocasionando a queda de duas árvores. E devido a complexidade dos serviços, que envolvem a remoção dos galhos e a recomposição da rede danificada, os trabalhos no local ainda seguem nesta manhã para restabelecimento da energia.
Também em nota, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que já iniciou o recolhimento e supressões das árvores que caíram durante a última chuva e afirmou, ainda, que não haviam pedidos prévios de vistorias na rua Intendente Câmara. “As árvores apresentavam aspectos fitossanitários saudáveis”, disse.
A PBH também ressaltou que toda e qualquer árvore apresenta algum grau de risco de queda, podendo, mesmo se saudável, provocar acidentes. “A prefeitura reforça que o cidadão deve solicitar os serviços de vistoria em árvores por meio dos seguintes canais oficiais de atendimento ao cidadão: pelo aplicativo PBH APP ou pelo site. O munícipe receberá um número de protocolo para acompanhamento da demanda”, concluiu.
Mais estragos
Na região, ao menos outras duas vias foram fortemente afetadas. Na rua Aimée Semple Mcpherson, árvores e um poste também caíram, interditando parcialmente trechos do local. Já na avenida Izabel Bueno, os fortes ventos fizeram com que a estrutura do teto de um posto de gasolina desabasse. Nesta manhã, o local segue fechado e interditado para obras de recuperação.
Também na avenida e durante as chuvas e ventanias registradas, o teto do estacionamento de um supermercado caiu, impedindo que uma condutora saísse do veículo. Não há registros de feridos.
(*) Com informações de Lucas Prates
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