FOTOS: vagões que transportaram JK e Getúlio Vargas serão revitalizados e expostos em museu
Restauração dos carros, do início do século XX, e construção do local onde ficarão vai custar cerca de R$ 500 mil

Dois vagões históricos datados de 1919 e que transportaram os ex-presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek serão revitalizados e colocados em exibição ao público em um novo museu ferroviário, que será inaugurado em 2024. A expectativa é que a reforma dos carros seja concluída no primeiro semestre, quando o espaço deverá aberto ao público.
Recentemente, o Hoje em Dia mostrou que os veículos estavam desprotegidos no pátio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na região central de Belo Horizonte. Eles foram cobertos após a publicação da reportagem. Na semana passada, foram removidos e levados para um espaço em Contagem, na região metropolitana da capital.
Os bens de relevância cultural para a história de Minas foram doados pelo Iphan ao Instituto Cultural de Artigos e Carros de Época (ICACE).
Segundo o fundador do ICACE e conselheiro estadual de Cultura, Jeferson Rios, a restauração dos vagões e a construção do museu vai custar cerca de R$ 500 mil. O montante foi captado de empresas do setor privado via Lei de Incentivo à Cultura, ao longo de cinco anos.
“Será feita uma estação de trem fictícia ambientada nos anos 30. Além dos vagões e trilhos da época, terá uma bilheteria, sino, relógio e até bilhetes. Nosso intuito é restaurar e rememorar o auge e o fim da rede ferroviária em Minas, na década de 1950”, detalha a o idealizador do projeto.
No próximo dia 6 de janeiro, a diretoria do ICACE irá se reunir com representantes da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) para aprovar uma readequação do projeto de construção do novo museu ferroviário em Contagem.
Patrimônio imaterial
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional destacou que a doação dos vagões tem por finalidade a recuperação e conservação do patrimônio histórico-cultural ferroviário.
O Iphan explicou que embora os vagões estivessem mantidos sob a guarda do Iphan, ambos pertenciam ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) antes de serem doados, e não passaram pelo processo de valoração, instrumento de acautelamento definido pela Lei n. 11.483/2007 para o patrimônio da extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). O processo é similar ao tombamento de edificações e monumentos, ou ao registro de bens culturais do patrimônio imaterial.
Ainda segundo o Iphan, por este motivo, os vagões não precisam necessariamente ser restaurados com a completa restituição de todos os elementos artísticos originais da época de sua construção, podendo passar por um processo mais simplificado de reforma.
O Hoje em Dia entrou em contato com a Secult e aguarda retorno.