ALVO PREFERIDO

Furtos e roubos de celulares disparam em BH, com média de 3 crimes por hora

Alerta contra os assaltos é ainda maior nesta época do ano, quando a circulação de pedestres aumenta nos centros comerciais da capital

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
Publicado em 04/12/2023 às 07:00.
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Cada vez mais pessoas têm o celular tomado por bandidos em Belo Horizonte. A média é de três roubos ou furtos a cada hora. O alerta contra os crimes é ainda maior nesta época do ano, quando a circulação de pedestres aumenta nos centros comerciais da cidade. Para especialistas em segurança, é preciso urgência para se combater a receptação dos aparelhos. Já as forças de segurança garantem que o patrulhamento foi reforçado devido ao Natal, mas também dizem contar com a ajuda da população para “evitar situações de risco”.

No início deste ano, o Hoje em Dia mostrou que dois telefones eram roubados ou furtados na capital a cada 60 minutos. Professor e especialista em segurança pública, Luiz Flávio Sapori afirma que esses assaltos aumentaram ao longo dos últimos dez anos. Ele reforça que os aparelhos, cada vez mais modernos, se tornaram um objeto de valor na sociedade e, consequentemente, atraem os ladrões.

“Esse crime se tornou parte do cenário urbano”, afirma Sapori, que também falou sobre o mercado paralelo de revenda dos aparelhos, desmontagem e venda de peças. Para o professor, o trabalho de repressão da polícia deve ser focado na receptação, visando o destino destes telefones após o crime nas ruas.

Sem facilitar pro ladrão
Mais de 21 mil pessoas prestaram queixa na polícia após ter os celulares levados por criminosos em BH, de janeiro a outubro deste ano. Os furtos representam mais de 70% dos casos, conforme os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

“A polícia tem desenvolvido maior repressão a roubos em geral. Com maior risco de ser pego é bem provável que o criminoso, que busca ter mais sucesso no ‘empreendimento’, escolha um crime com maior chance de não ser pego”, analisa Sapori.

A Polícia Militar reforçou a patrulha nas ruas com a Operação de Natal, desde o mês passado. No entanto, a corporação avalia que o combate demanda um trabalho conjunto com a população. Segundo o tenente do 1° Batalhão, André Fortuna, não há um perfil das vítimas, ou seja, todos devem ficar atentos. O oficial deu algumas dicas.

“Não utilizar o celular no meio da rua. Observar as pessoas ao redor, estar atento se alguém esbarrar. Quando for guardar o telefone que seja no bolso da frente, nunca com a mochila virada para trás. Outro ponto é não deixar o celular no interior do veículo à mostra, principalmente no Centro”, orienta o militar. 

Se o roubo ocorrer, o tenente reforça que a vítima nunca deve reagir à abordagem e procurar a PM imediatamente após o crime. Outra dica é ativar os sistema de proteção dos aparelhos, como senhas e localização, quando sair de casa.

Mais ações
Por nota, a Guarda Municipal informou que devido ao aumento do número de pessoas circulando pelas ruas do Centro, iniciou a Operação Natal Seguro. “O objetivo principal é coibir a ação de criminosos que praticam furtos e roubos contra transeuntes, levando sobretudo os celulares das vítimas. A operação se estende até o final da primeira quinzena de janeiro, priorizando rondas feitas a pé pelos guardas municipais”.

Já a Polícia Civil diz que segue com investigações de quadrilhas especializadas em receptação de aparelhos furtados ou roubados. A instituição também orienta as vítimas a prestar queixa, repassando todas as informações possíveis, como modelo do aparelho, número do telefone, número do IMEI e, caso disponível, a localização disponibilizada pelas contas registradas no sistema operacional do telefone. O registro de furto pode ser feito pela delegacia virtual.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por