Renê da Silva Nogueira Júnior voltou a negar ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, em agosto deste ano, no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. O empresário afirmou não ser “esse cara” e diz estar com a consciência tranquila sobre os fatos ocorridos. 

“Eu acho que seria um psicopata. Eu não sou esse cara que falam, pô, matou e foi para academia, eu fazia isso todo dia”, disse o empresário ao jornalista Roberto Cabrini em entrevista exibida pela Record TV, na noite desse domingo (30).

Renê contou ainda que recebeu orientações dos advogados para não detalhar o que ocorreu no dia do crime. ''Eu sei, mas eu estava com esse advogado e ele falou: ‘O que aconteceu deve ter sido um acidente com a vítima e uma bala perdida pegou na vítima. E você foi o cara que tava passando na hora e levou o título do negócio''.

Questionado se faria um pedido de desculpas aos familiares, Renê negou. “Não posso pedir desculpa porque eu não atirei. Eu estaria confessando uma culpa de uma coisa da qual eu não sou culpado”. 

Renê está preso desde agosto no Presídio de Caeté, na Grande BH. O réu foi interrogado no 1º Tribunal do Júri Sumariante na última quarta-feira (26). Quatro testemunhas foram ouvidas: três policiais e uma pessoa ligada à empresa onde Renê trabalhava. 

A defesa pediu prazo para novos requerimentos, incluindo informações sobre o celular do réu. A juíza deu dois dias úteis, a partir desta segunda-feira (1), para a entrega dos pedidos.

Relembre o caso

Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no dia do crime, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior saiu de casa no bairro Vila da Serra, em Nova Lima, com destino ao trabalho, em Betim, com uma pistola semiautomática Glock, calibre .38, dentro do carro.

Ao atingir o cruzamento das ruas Modestino de Souza e Jequitibá, no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte, o homem se irritou com a retenção do trânsito no local, devido à passagem de um caminhão de coleta de lixo urbano.

Mesmo com a indicação dos garis de que era possível seguir o trajeto e passar com o carro pela via, o denunciado, exaltado, apontou a arma em direção à motorista do caminhão e a ameaçou.

Ainda segundo a denúncia do MPMG, inconformado com a lentidão do trânsito e “evidenciando o seu notório desprezo pelos trabalhadores”, o denunciado fez um disparo que atingiu a região abdominal do gari Laudemir.

A vítima chegou a ser socorrida, mas deu entrada no atendimento médico já sem vida. O empresário foi localizado e preso horas depois do crime, em uma academia da região Oeste da Capital.

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