'Golpe da novinha' é o novo esquema de crime na internet

Diego T. Maciel
@diegotmaciel
27/09/2021 às 09:34.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:57
 (Pixabay)

(Pixabay)

Se você é daqueles que aceita toda solicitação de amizade nas redes sociais deve ficar atento a um novo golpe. As vítimas preferenciais são homens iludidos pelo contato “despretensioso” de belas mulheres que aparentam pouca idade. Após a troca de mensagens com imagens eróticas, o golpista começa a extorsão, fingindo ser o pai da menina ou mesmo um delegado.

Acuada e constrangida, a vítima se vê obrigada a pagar os valores exigidos para não ter fotos ou vídeos viralizados. O “Golpe da Novinha” é mais uma modalidade do sextortion, ou extorsão sexual na tradução literal. Em Minas, ainda não há registro de ocorrências na Polícia Civil, mas dados da corporação mostram que os crimes virtuais dispararam durante a pandemia da Covid-19. Dentre os motivos, os falsários têm aproveitado que as pessoas dentro de casa, sempre conectadas. 

Para não se tornar uma vítima, a principal dica é duvidar de propostas ou vantagens mirabolantes. “É sempre bom desconfiar de pessoas desconhecidas que tenham perfis que lhe atraiam sexualmente, com fotos bonitas. A desconfiança é a principal aliada nesses casos e, se usarmos o benefício da dúvida estaremos evitando muitos casos de golpes”, afirma o consultor de Segurança da Informação, Vinícius Vieira.

Além disso, a polícia orienta as pessoas a sempre prestar queixa. O advogado criminalista Renan Farah acrescenta que, além do crime de extorsão, há a possibilidade dos golpistas serem processados por estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica. 

“Apesar de não ser um crime com emprego de violência, a soma das penas atinge um mínimo de 16 anos e 4 meses e a máxima de 42 anos e o cumprimento das penas é em regime fechado”, afirma Farah

Crimes virtuais

Em Minas, a Polícia Civil não especifica o sextortion em seus relatórios, mas o número de crimes cibernéticos, em especial os de estelionato e falsidade ideológica vem aumentando. Faltando três meses para terminar o ano, os registros do famoso “171” já somam 18.706, de janeiro a setembro. Nos 12 meses de 2020, foram 18.864.

Entenda o crime:

1 – A pessoa recebe uma solicitação de amizade
2 – O “interessado” é atraente e puxa papo com conotação sexual
3 – A conversa evolui para a troca de mensagens íntimas (o nudes)
4 – Após receber imagens que identifiquem a vítima em situações comprometedoras, o golpista bloqueia a vítima nas redes sociais 
5 – Começa a extorsão sob ameaças de divulgação das imagens na internet. No caso do “Golpe da Novinha”, o criminoso finge, inclusive, ser o pai da menina um delegado

A polícia pede às pessoas que sempre duvidem de vantagens mirabolantes. A orientação, caso vire vítima de um estelionatário, é registrar um boletim de ocorrência.

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