Governo de Minas lança aplicativo para mulheres monitorarem homens com medidas protetivas

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br
09/03/2020 às 16:00.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:53
 (Pedro Gontijo/Imprensa MG)

(Pedro Gontijo/Imprensa MG)

A partir desta segunda-feira (9), mineiras que tenham sido vítimas de violência de gênero poderão monitorar os suspeitos dos crimes por meio do aplicativo MG Mulher. O programa, lançado pelo Governo de Minas, cria uma rede de informações e contatos úteis através dos quais as mulheres podem esclarecer dúvidas e pedir socorro em caso de problemas.

Só no ano passado, Minas Gerais registrou 147 casos de feminicídio, média de quase três por semana. O número foi menor que em 2018, quando 157 mulheres foram assassinadas no Estado, queda de 9%.

O aplicativo (baixe gratuitamente clicando aqui) é o principal eixo da plataforma lançada esta segunda (9), por meio do qual as mineiras poderão receber mensagens de texto em tempo real da vítima, além de criar uma rede de contatos confiáveis. A plataforma tem também mapas com locais de socorro e informações para as mulheres.

Para o delegado Wagner Pinto, chefe da Polícia Civil em Minas Gerais, mulheres não devem trocar as denúncias formais e ajuda da polícia pelos contatos pessoais cadastrados no aplicativo. A ideia é de uma rede de proteção, que está sendo agregada.

"A mulher poderá fazer uma rede colaborativa, ou seja, associar amigos e familiares para auxiliá-la caso ocorra algum tipo de violência. Mas ela (ferramenta) não exclui as demais medidas protetivas, como a procura pela delegacia e o trabalho de orientação", declarou.

Outra novidade que faz parte do programa é o lançamento de uma frente de policiais que vai se revezar para monitorar, durante 24 horas, homens com tornozeleiras eletrônicas, a fim de inibir desrespeito à medidas protetivas. Oito homens vão se revezar no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Hoje, 354 suspeitos e 129 vítimas são acompanhadas pela Sejusp.

Durante a coletiva de lançamento do MG Mulher, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que a violência contra a mulher pode ser chamada de "um instinto natural do ser humano" e que precisa de ferramentas para ser inibida.

"Nós temos de ter ferramentas que inibam isso que a gente poderia até chamar meio que como um instinto natural do ser humano e estamos no meu entender, nós aqui do Ocidente, bem à frente daqueles países, principalmente aqueles onde a religião muçulmana prevalece, e onde as mulheres são quase que consideradas cidadãs de segunda categoria", afirmou o governador, em pronunciamento.

Ao reforçar a importância do novo programa de governo, relembrou casos conhecidos no Estado, como o assassinato da socialite mineira Ângela Diniz, em 1975, e da tentativa de homicídio contra a apresentadora Ana Hickmann, em maio de 2016, na capital mineira.

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