Galerias do plenário da Assembleia Legislativa ficaram lotadas de servidores que acompanharam a votação (Hermano Chiodi)
O veto do governador Romeu Zema (Novo), nesta segunda-feira (4), às emendas parlamentares que aumentam os vencimentos dos servidores da educação, da segurança pública e da saúde promete mobilizar o funcionalismo e deputados contrários e favoráveis à decisão do Executivo.
Zema sancionou o projeto de lei que reajusta em 10,06% os salários dos servidores do estado. Mas, vetou a parte que mais interessa aos servidores: as emendas parlamentares que concedem percentuais diferentes às categorias.
Para os servidores da educação, o governador vetou o reajuste de 33,4%, que daria aos professores o piso nacional previsto por lei.
Outra emenda vetada foi a que previa 14% de reajuste para os servidores da saúde. O adicional de 14% das forças de segurança também foi por terra. A medida beneficiaria os policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenciários.
A única emenda sancionada por Zema foi o auxílio social, em três parcelas anuais, correspondente a 40% da remuneração básica do soldado de 1ª classe.
O governador chegou a dizer que “não tem pote de ouro”, ao se referir ao aumento com a emendas.
Durante entrevista coletiva, nesta segunda-feira (4), Zema afirmou aos jornalistas que gostaria de conceder mais de 30% aos servidores.
Ele desafiou os deputados a dizer de onde os recursos deveriam ser tirados para pagar mais do que os 10,06% sancionados pelo governo. “Não serei irresponsável”, completou.
Caso os vetos sejam derrubados, Zema admitiu que poderá haver precarização e até a inviabilização da prestação de vários serviços públicos, com agravamento da sustentabilidade fiscal do Estado que já enfrenta dificuldades.
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sind-Ute) organizou um tuítaço a partir das 21 horas desta segunda, com a hashtag derrubaosvetosalmg. A mobilização é um protesto ao veto do governo à emenda que garantiria o piso salarial e a anistia para os servidores que estão em greve desde o dia 9 de março.
Para a coordenadora do Sind-UTE, Denise Romano, o momento é de mobilização de toda categoria no estado pela derrubada do veto no plenário. Na próxima quarta (6), os servidores fazem assembleia, às 14 horas, no pátio da ALMG.
A presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia na ALMG, deputada Beatriz Cerqueira ( PT), garantiu que tem o compromisso de votar pela derrubada dos vetos, em apoio às reivindicações dos servidores da educação e das forças de segurança.
Nós procuramos o governo de Minas, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno.
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