No dia em que a greve completa um mês, trabalhadores do metrô de Belo Horizonte decidiram manter a paralisação ao menos até esta sexta-feira (17). Segundo os metroviários, o serviço pode ser restabelecido no próximo sábado (18), dependendo do resultado da audiência da categoria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o governo federal, em Brasília (DF), nesta quinta-feira (16).
Em assembleia realizada nesta terça-feira (14), os metroviários decidiram esperar o resultado da audiência, que pode representar a manutenção dos empregos dos 1,6 mil funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Belo Horizonte (CBTU-BH), privatizada em dezembro do ano passado.
A reivindicação da categoria é que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) adie a assinatura do contrato de concessão das operações do metrô da capital à empresa Comporte S.A., vencedora do leilão. Com o adiamento, os trabalhadores acreditam que terão tempo para negociar a realocação em outras estatais federais ou outras unidades da própria CBTU no país.
Segundo a presidente do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas (Sindimetro-MG), Alda Lúcia dos Santos, a expectativa dos trabalhadores é que a categoria tenha uma resposta favorável na audiência de mediação em Brasília.
“É importante que a gente saia com uma notícia boa de Brasília, para deixar os trabalhadores mais tranquilos. Dependendo do resultado, os metroviários voltam a trabalhar à 0h de sábado, com escala mínima ou 100%".
Os trabalhadores votaram pela manutenção da greve mesmo diante da liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3) que determinou a escala mínima de 70% no funcionamento do metrô da capital mineira. Também foi estabelecida uma multa diária de R$ 150 mil em caso de descumprimento da escala.
Em nota ao Hoje em Dia, o Ministério Público do Trabalho (MPT), disse que, em 9 de março, comunicou o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, sobre a necessidade de prorrogar o prazo para assinatura do contrato de concessão do metrô de BH, para permitir a conclusão das tratativas sobre a situação dos trabalhadores.
"Entendemos que a assinatura do contrato é importante para viabilizar a construção consensual de soluções entre as partes (...) Essa transferência pura e simples da empresa pública para a iniciativa privada, ao produzir a cessação dos empregos públicos, enseja profunda insegurança jurídica quanto aos direitos e garantias de que são titulares os trabalhadores da CBTU-BH, muitos deles próximos de implementar condições para aposentadoria", afirmou Helder Amorim, o procurador-regional do Trabalho.
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