Estações fechadas

Greve do metrô de BH surpreende passageiros que relatam dificuldade para chegar ao trabalho

Raissa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
25/08/2022 às 08:04.
Atualizado em 25/08/2022 às 10:40
 (Raissa Oliveira/Hoje em Dia)

(Raissa Oliveira/Hoje em Dia)

A capital mineira amanheceu com parte do transporte público parada. Surpreendidos com a greve do metrô, passageiros precisaram buscar alternativas para conseguir chegar ao trabalho em Belo Horizonte. Enquanto algumas pessoas tentavam utilizar táxi ou transporte por aplicativo para ir ao trabalho, alguns desistiam da viagem ou enfrentavam aglomeração para embarcar em ônibus.

Na manhã desta quinta-feira (25), todas as 19 estações de metrô da capital estão totalmente fechadas, confirmando a promessa de 100% de paralisação. Na estação Vilarinho, região de Venda Nova, uma das mais movimentadas da cidade, alguns passageiros chegam para embarcar, mas dão de cara com os portões fechados. 

A fiscal de loja Vera Lúcia da Silva, de 41 anos, vai chegar atrasada ao trabalho, no bairro Guarani, na região Nordeste. Depois de passar 20 minutos em ônibus de sua casa até o terminal, descobriu na estação que o metrô não circula hoje. 

“Eu não sabia. Eu pego o metrô todos os dias, ontem eu peguei e estou aqui agora e está de greve. Vou ter que pegar um ônibus e depois andar 20 minutos pra chegar atrasada ao trabalho. Mas tem dias que acredito que teria que usar o Uber”, reclama.

A mesma sorte teve a passageira Saulice Antunes, de 55, que também foi pega de surpresa ao se deparar com os portões do metrô na Estação Vilarinho fechados. “Eu estava indo para o trabalho e vou chegar atrasada. Não sei nem qual ônibus pegar para no meu trabalho, ainda vou enfrentar, provavelmente, um ônibus lotado”, lamenta. 

Greve

A greve é motivada pela decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que aprovou, por unanimidade, a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Minas. Segundo o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindmetro), o TCU entende que não há restrição alguma para que o metrô da capital seja privatizado.

A entidade ressalta que a privatização terá como consequências demissão dos concursados e aumento da passagem. Eles alegam que será uma paralisação total, sem escala mínima. 

A paralisação já havia sido aprovada em assembleia da categoria realizada na última segunda-feira (22). Os trabalhadores temem as consequências da privatização. Os metroviários alegam que após a desestatização haverá uma demissão de quase 1,6 mil funcionários da CBTU que atuam em Minas Gerais.

Em nota, a CBTU informou que vai acionar a Justiça para garantir uma escala mínima no transporte público. 

Paralisação mais longa

A nova paralisação acontece a menos de quatro meses da suspensão do último movimento grevista, considerado o mais longo já realizado pela categoria. À época, os trens ficaram sem circular nos horários de pico de 21 de março a 1º maio, pouco mais de 40 dias. Os trens operavam apenas entre 10h e 17h. 

Os metroviários cruzaram os braços criticando a impossibilidade de transferência dos profissionais para outras unidades da CBTU em caso de privatização do metrô.

Mais ônibus 

Devido a paralisação dos metroviários, o Sistema de Transporte Coletivo Metropolitano anunciou que vai ampliar número de viagens e linha, para assegurar atendimento da população 

"O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano – SINTRAM, informa que a partir de amanhã, desta quinta, irá retomar também as operações da linha emergencial E019 para atender os passageiros prejudicados pela greve anunciada pelos metroviários", disse em nota.

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