A greve dos metroviários de Belo Horizonte pode chegar ao fim na próxima terça-feira (14). Em assembleia realizada nesta sexta-feira (10), a categoria decidiu que a paralisação poderá ser suspensa caso o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresente um documento que adie a concessão da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) da capital à empresa Comporte S.A, vencedora do leilão realizado em dezembro do ano passado.
A intenção dos metroviários é que a transferência dos 1,6 mil servidores da CBTU-BH seja negociada antes que a nova empresa assuma a gestão do serviço. Entre as opções apesentadas pela categoria, os trabalhadores podem ser transferidos para outras estatais ou unidades da CBTU em outros estados. O sindicato defende que a medida vai evitar demissões.
De acordo com o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), caso o documento que garanta o adiamento da concessão seja assinado pelo BNDES neste fim de semana, ou até esta segunda-feira (13), será realizada uma assembleia extraordinária da categoria, no mesmo dia, às 17h, para decidir o fim da greve e retorno ao trabalho à 0h da próxima terça.
Entenda a greve
Em dezembro do ano passado, o metrô de BH foi privatizado em leilão realizado em São Paulo (SP). O grupo Comporte venceu o certame com lance único de R$ 25,75 milhões.
Em 15 de fevereiro, os servidores optaram por realizar uma paralisação cobrando o fim da privatização. O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Regional (TRT-3) determinou que os metroviários deveriam manter escala mínima de 70% no funcionamento do serviço, mas eles optaram por não aderir à redução e fazer a greve total.
Os servidores da CBTU-BH reclamaram que não foram ouvidos durante o processo de elaboração do edital de concessão do transporte público da capital e que temem a falta de estabilidade com a desestatização.
Ao Hoje em Dia, a CBTU afirmou que irá se pronunciar apenas na próxima segunda (13).
Em nota, o BNDES informou que foi contratado para realizar a estruturação do projeto. "Após reunião realizada nessa semana, o Ministério Público do Trabalho (MPT) recomendou o adiamento da assinatura do contrato até que seja exaurida a mediação de questões trabalhistas em curso no processo. Neste caso, compete ao Ministério das Cidades e à Casa Civil da presidência da República, órgãos representantes da União no processo de negociação e também presentes na reunião, a decisão sobre o adiamento da assinatura do contrato".
Ainda conforme o banco de desenvolvimento, "na condição de representante delegado da União para a assinatura do contrato, irá proceder conforme decisão dos órgãos competentes já mencionados".
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