O fim da greve no metrô de Belo Horizonte depende de um acordo entre o Sindicato dos Metroviários (Sindmetro) e o governo federal sobre o futuro dos trabalhadores após a privatização do meio de transporte. A categoria cobra a suspensão de uma resolução que impede a transferência dos funcionários para outras estatais.
A revogação da medida foi defendida pelo Sindmetro nesta sexta-feira (3), durante coletiva de imprensa. A demanda foi levada pelos membros do sindicato ao Ministro da Casa Civil Rui Costa (PT).
“Estivemos em Brasília, fizemos um ato muito importante. Conversamos sobre a privatização e nos disseram que não haveria como interromper a assinatura sem existir um fato novo. Para greve acabar, a resolução tem que ser revogada. Ela proibe a transferencia de empregados", disse a presidente do Sindmetro, Alda Fernandes, que aguarda nova reunião na capital federal.
A resolução citada é a 206 do Programa de Parcerias de Investimentos, criada pelo Ministério da Economia em dezembro de 2021, na época comandado por Paulo Guedes. Caso ocorra uma sinalização sobre a suspensão da medida, os metrovários poderão encerrar a paralisação ainda hoje, durante assembleia da categoria marcada para 17h, na Estação Central.
Valores
O Sindmetro também questionou os valores apresentados no edital de privatização da Companhia Brasileira de Trens (CBTU). De acordo com o diretor do sindicato, Pedro Vieira, os números apresentados não estão de acordo com o rendimento da empresa. “Em São Paulo, que o sistema é mais complexo e o trajeto maior, o gasto foi metade do que está previsto no nosso edital de privatização”, disse.
Entenda a greve
Em dezembro do ano passado, o metrô de BH foi privatizado em leilão realizado em São Paulo. O Grupo Comporte – que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismos – venceu o leilão de concessão com lance único de R$ 25,75 milhões.
No dia 15 de fevereiro, os servidores optaram por realizar uma paralisação cobrando o fim da privatização. O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Regional (TRT-3) determinou que os servidores mantenham escala mínima de 70% no funcionamento do serviço, eles optaram por não aderir à redução e fazer a greve total.
Os metroviários reclamam que não foram ouvidos durante o processo de elaboração do edital de concessão do serviço em BH e temem a falta de estabilidade após a desestatização.