Grupo que abastecia comércio irregular em BH movimentou mais de R$ 100 milhões nos últimos 5 anos
Organização é alvo da PF e Receita por importação e venda de produtos estrangeiros sem origem comprovada

A organização criminosa, alvo de uma operação realizada nesta quinta-feira (30), movimentou mais de R$ 100 milhões nos últimos cinco anos, segundo a Receita Federal. O grupo, formado por cerca de sete empresas, é suspeito de importar e vender produtos proibidos ou sem comprovação de origem regular, responsável por abastecer o comércio popular no Centro de Belo Horizonte. Até o momento, ninguém foi preso.
Na manhã desta quinta (30), um prédio de 19 andares foi alvo de mandado de busca e apreensão, onde foram encontradas diversas mercadorias, avaliadas em R$ 50 milhões.
“Essas empresas importaram somente R$ 1,5 milhão em mercadorias e movimentaram mais de R$ 100 milhões de reais nos últimos cinco anos. Realmetne é um esquema criminoso que vem abastecendo não só BH, como a região metropolitana, e nossa atuação visa combater essa concorrência desleal”, detalhou o auditor fiscal da Receita Federal, Michel Teodoro.
Conforme a investigação, o grupo utiliza uma complexa rede de distribuição para fornecer mercadorias ao comércio popular da região central da capital. Os produtos eram contrabandeados de outros países e eram descarregados no “galpão vertical” no Centro da capital mineira.
As forças de segurança seguem investigando o caso para identificar novos suspeitos e prender os responsáveis pelo contrabando.
“O trabalho de hoje é fruto de levantamento feito há cerca de seis meses. O que as investigações indicaram é que as mercadorias são frutos de descaminho e entram no Brasil sem o pagamento de impostos devidos. (...) Hoje não houve prisão, mas as investigações continuarão e com certeza vamos identificar mais suspeitos”, afirmou o delegado da Polícia Federal, Felipe Drummond Vieira.
Participaram da operação 21 auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal, 22 auditores fiscais da Receita Estadual, 28 policiais militares de Minas Gerais e 18 policiais federais.
Os investigados poderão responder pelos crimes de sonegação fiscal, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Entre as condutas sob apuração estão a evasão de tributos, a concorrência desleal, o prejuízo ao consumidor pela comercialização de produtos de qualidade inferior e a utilização de recursos ilícitos para ocultar a origem dos valores.
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