Século XIX

História do Largo do Rosário, no Centro de BH, é revisitada neste sábado; veja fotos

Clara Mariz*
@clara_mariz
28/05/2022 às 13:38.
Atualizado em 28/05/2022 às 14:19
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Conhecer os patrimônios culturais e a história de Belo Horizonte. Esse é o objetivo do projeto Expedições do Patrimônio, da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura. Neste sábado (28), as pessoas que se inscreveram no programa puderam conhecer mais sobre o Largo do Rosário, uma região reconhecida recentemente como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade, e que fica bem na região Central.

Saindo da Praça Afonso Arinos, o grupo foi conduzido até o local onde a Igreja e o Cemitério do Largo do Rosário estavam localizados, no século XIX. Durante o percurso, aconteceu a visita ao trecho adotado como referência no processo de retomada simbólica do território pelo movimento negro da capital nos últimos anos. 

(Lucas Prates / Hoje em Dia)

(Lucas Prates / Hoje em Dia)

 Os participantes ainda puderam conhecer um pouco da história da Irmandade dos Homens Pretos e do deslocamento da população negra durante a construção da Cidade de Minas, atual Belo Horizonte. Eles ainda tiveram acesso a depoimentos, relatos e explicações sobre relevância do território para a história, a cultura, a memória, a identidade e a educação da população afro-brasileira e dos belo-horizontinos em geral.

Para o bombeiro civil Márcio Eustáquio Canela Filho, de 52 anos, o programa ajuda a população a conhecer um pouco mais sobre a história da cidade e a ter um olhar diferente para os seus monumentos e vias. "Vou passar agora pela rua da Bahia sabendo que aqui antes era o Largo do Rosário, a igreja e o cemitério”, disse. 

(Lucas Prates / Hoje em Dia)

(Lucas Prates / Hoje em Dia)

Como participar

As ações do Expedições do Patrimônio acontecem todo mês. Quem tiver interesse basta acessar o site da Prefeitura de Belo Horizonte, na seção de patrimônio cultural, e encontrar a agenda do encontro. Lembrando que as inscrições são gratuitas e podem ser realizadas no portal. As vagas são limitadas.

Sobre o Largo do Rosário

O Largo do Rosário é o nome dado ao espaço onde ficava a Igreja do Rosário, inaugurada em 1819, e o cemitério, inaugurado em 1811, construídos pela Irmandade do Rosário dos Homens Pretos, no Curral Del Rey. O Largo ficava no trecho onde atualmente estão as ruas da Bahia, Aimorés, Espírito Santo e avenida Álvares Cabral. 

(Lucas Prates / Hoje em Dia)

(Lucas Prates / Hoje em Dia)

 Em 1897, com o início da construção da nova capital de Minas Gerais, todos os edifícios que ficavam dentro dos limites da avenida 17 de dezembro, atual avenida do Contorno, foram demolidos, dando espaço para novas construções e, consequentemente, apagando a memória dos períodos Colonial e Imperial brasileiro. Porém, os corpos sepultados no cemitério da Irmandade do Rosário dos Homens Pretos não foram exumados e trasladados para o novo cemitério municipal, hoje Cemitério do Bonfim.

A demolição do templo e a destruição do cemitério são fatos históricos denunciados por lideranças afro-brasileiras que buscam, há anos, reconstituir e resgatar as memórias da população negra belo-horizontina. Após 125 anos desse fato, o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH) aprovou o registro do Território do Largo do Rosário como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade. O registro definitivo foi publicado no Diário Oficial do Município do último dia 13 de maio. 

(*) Com Lucas Prates

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