Homem que incendiou a ex e os enteados era atirador profissional desde 2005

José Vítor Camilo
22/04/2019 às 16:50.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:20
 (REPRODUÇÃO / GOOGLE STREET VIEW)

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O homem de 58 anos que se matou na madrugada desta segunda-feira (22) após atirar e colocar fogo na ex-mulher e nos filhos dela, no bairro Universitário, região da Pampulha, em Belo Horizonte, era atirador profissional licenciado pelo Exército Brasileiro há quase 15 anos. De acordo com a corporação, o licenciamento dele era válido até 2022. 

O caso foi registrado pela Polícia Militar (PM) por volta de 0h, quando vizinhos da família, que vivia na rua Cobre, ligaram para a corporação alertando sobre vários disparos de arma de fogo. Quando os policiais chegaram ao local, encontraram a mulher, de 57 anos, e os dois filhos dela, de 23 e 26 anos, na varanda da casa, todos com queimaduras por todo o corpo e ferimentos de arma de fogo. 

Das três vítimas, a mãe continuava consciente e relatou aos policiais que vivia há 18 anos com o suspeito, mas que estava em processo de separação há cerca de um mês, sendo que o homem não aceitava o fim do relacionamento. A vítima contou ainda que estava chegando de uma viagem com os filhos quando se deparou com o ex-companheiro armado já dentro da casa. 

Sob ameaças, eles foram levados até o quarto da residência, onde ele derramou um galão de gasolina sobre a mulher e os filhos e ateou fogo nas vítimas. Quando eles tentaram fugir das chamas, o suspeito então efetuou vários disparos de arma de fogo. Ainda de acordo com a PM, homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram chamados e entraram no imóvel, encontrando o homem de 58 anos já sem vida e completamente carbonizado.

A perícia da Polícia Civil (PC) esteve no local onde encontrou uma pistola queimada pelo fogo próximo ao corpo do suspeito. Somente o médico legista dirá se ele atirou contra ele mesmo ou se morreu pelas queimaduras. O caso será investigado pela PC. 

A mulher e os dois filhos foram encaminhados ao Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII. Ainda conforme a PM, a ex-companheira do suspeito teve 80% do corpo queimado e foi atingida por um tiro em uma das mãos. O filho mais novo dela sofreu queimaduras em 90% do corpo e uma perfuração de arma de fogo no tórax. A polícia não soube repassar detalhes dos ferimentos do rapaz de 26 anos. A assessoria da unidade de saúde foi procurada, mas informou que não divulga estado de saúde de seus pacientes. 

Suspeito tinha três armas registradas

De acordo com a assessoria de imprensa da 4ª Região Militar, responsável pelo Exército de Minas Gerais, o suspeito tinha registro desde 2005 e estava atualmente com três armas registradas na corporação, todas elas com as documentações em dia. 

Entretanto, conforme a PM, um verdadeiro arsenal foi apreendido na casa da família. Foram recolhidas uma pistola calibre 22, outra calibre 380 e uma calibre 12. Além disso, também foram encontrados seis armas de ar comprimido, um soco inglês, uma besta (arco e flecha com gatilho), lunetas, tubos de pólvora e vasta munição dos calibre 12 e 22. Ele seria frequentador de clubes de tiro e colecionador de armas. 

Questionada sobre o que acontece quando uma arma legal é utilizada em um crime, o Exército explicou que, após ser apreendida pela investigação, caso ela não tenha importância para o julgamento, o armamento é encaminhado para o órgão. "Caso seja uma arma longa, existe a possibilidade de, após análise, ela ser doada para algum órgão de Segurança Pública", completa a corporação. 

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