Saúde Pública

Hospital Júlia Kubistchek vai reabrir atendimento de emergência somente em julho

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
29/04/2022 às 14:50.
Atualizado em 29/04/2022 às 15:43
 (ALMG/Divulgação)

(ALMG/Divulgação)

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) anunciou, nesta quinta (28), que a reabertura da área de emergência do hospital Júlia Kubistchek, reguião do Barreiro, vai acontecer no mês de julho. 

Esse setor esteve, nos dois últimos anos, dedicado aos casos relacionados à pandemia de Covid-19. O hospital é referência para a região do Barreiro e também para cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

O anúncio foi feito durante audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). No encontro, a Fhemig reforçou que, na primeira quinzena de maio, 30 leitos de enfermaria serão disponibilizados e funcionarão como retaguarda para Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da RMBH.

Precarização

O anúncio não agradou trabalhadores e usuários do hospital presentes na reunião. 

A diretora-executiva do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais, Neuza Pereira de Freitas, salientou que ainda está apreensiva com a possibilidade de fechamento e com a precarização do setor de emergência. Ela destacou que os problemas no hospital são recorrentes e denunciou falta de materiais básicos para o atendimento.

Ao Hoje Em Dia ela lamentou que o Hospital Júlia Kubitschek e a Secretária Estadual de Saúde não tenham enviado representantes à audiência e disse que falta objetividade e clareza nas informações do governo estadual. 

“Dizem que vai ter processo seletivo, mas não dizem quando; falam que vão reabrir em julho, mas não indicam como, qual dia, com que profissionais. É preocupante. Abrir leito de retaguarda para UPA não é reabrir a emergência, é preciso ter clareza em relação a isso”, disse.

A representante do Conselho Local de Saúde do Hospital Júlia Kubitschek, Relina Conradt Lemes, reforçou que a demanda é pela plena reabertura da emergência para a população.

"Soubemos que, no início, só poderemos receber os encaminhados por UPA. Não vamos aceitar isso", disse. Ela relatou que, com o fechamento do setor de emergência da instituição, a UPA do Barreiro está superlotada. 

Trabalhadora e usuária do Hospital Júlia Kubitschek, Deusiene Cardoso denunciou a demora para a conclusão de obras na instituição, o que tem mantido sem funcionamento duas enfermarias e o bloco cirúrgico. 

Neuza Pereira, do SindSaúde, também falou que, ao longo do tempo, milhões de reais foram destinados para obras no hospital, mas não trouxeram resultados. 

Ela diz que falta diálogo com o governo estadual desde o fechamento, compreensível, do setor. "Passaram-se dois anos e hoje temos outra realidade. Mas, de repente, somos surpreendidos com a notícia de que a emergência não iria reabrir. No último dia 25 de março, recebemos um documento sobre o fechamento do ambulatório de atendimento à saúde da mulher. Agora, pela imprensa, somos avisados da reabertura da emergência", contou.

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