Tombamentos, registros de bens culturais, inícios de obras importantes e a realização de diversos encontros de fomento à área cultural pelo interior foram algumas das ações realizadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) no último ano.
“O ano de 2017 foi importante para a consolidação de ações significativas de parceria do instituto para a salvaguarda e promoção do patrimônio cultural em Minas Gerais”, aponta a presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo. “Apesar das limitações financeiras enfrentadas, o órgão contou com a parceria de todos os setores do governo do Estado, municípios e com o empenho dos funcionários”, complementa.
O registro das Folias de Minas como Patrimônio Cultural do Estado, por exemplo, foi a primeira ação de 2017. Mais de 1.620 grupos de 450 municípios foram cadastrados.
Atualmente, estão em andamento estudos para identificar, inventariar e reconhecer as violas e a cerâmica do Vale do Jequitinhonha como patrimônio imaterial dos mineiros.
No projeto “Violas: o fazer e o tocar em Minas”, especificamente, está sendo feito mapeamento das características regionais relacionadas ao fazer e ao tocar a viola em Minas Gerais e, desta maneira, compreender as relações do instrumento com as comunidades.
Já a pesquisa do “Arte em Barro: a Cerâmica do Vale do Jequitinhonha” vai identificar e inventariar os saberes, técnicas e tradições relativas ao artesanato em barro na região do Vale do Jequitinhonha. O cadastramento dos artesão/ceramistas do Jequitinhonha já começou e pode ser feito por meio de formulário disponível no portal do Iepha-MG.
Tombamentos
Com relação ao patrimônio material do Estado, o Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) aprovou os seguintes tombamentos: o Túnel da Mantiqueira, em Passa Quatro, no Território Sul, e a ruína da capela de Mocambinho, em Jaíba, no Território Norte.
Além disso, o conselho também regulamentou o perímetro da área tombada e as diretrizes de intervenção da Serra de São Domingos, em Poços de Caldas, no Sul do Estado.
A presidente do Iepha-MG também destaca a continuidade das obras de restauração que devem ser concluídas neste primeiro semestre de 2018: Fazenda Boa Esperança e as igrejas em Jequitibá e Brejo do Amparo.
“E ainda realizamos, em parceria com a Copasa, os serviços de recomposição da rede hidráulica da futura sede da Casa do Patrimônio Cultural de Minas Gerais”, afirma.
Restauração e acompanhamento de obras por toda Minas
O governo do Estado está investindo mais de R$ 5 milhões na recuperação e manutenção de importantes bens culturais.
Em Matias Cardoso, no Norte, são realizadas obras de restauração e reforma da cobertura da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Já na Igreja do Santíssimo Sacramento, em Jequitibá, na Grande BH, está sendo feita restauração arquitetônica e do sistema estrutural.
Obras de restauração arquitetônica, instalações complementares e restauração dos elementos artísticos da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Brejo do Amparo, no município de Januária, também são executadas. O trabalho tem previsão do Iepha-MG para terminar neste primeiro semestre de 2018.
Além disso, o Iepha-MG tem acompanhado obras em bens protegidos pelo Estado em Costa Sena e Córregos, em Conceição do Mato Dentro, no município de Couto Magalhães de Minas e no Caraça, em Catas Altas.
Circuito Cultural
O Circuito Liberdade, em BH, é reconhecido como um importante corredor de cultura do país. Abrigado em uma área histórica da capital, que compreende a Praça da Liberdade e arredores, é composto por 15 instituições, dentre museus, centros de cultura e de formação, que mapeiam diferentes aspectos do universo cultural e artístico.
Sob a gestão do Iepha-MG desde abril de 2015, o projeto registrou, em 2017, o maior número de visitantes desde 2010, quando foi inaugurado. Cerca de 1.614.250 pessoas passaram pelos espaços do Circuito, de janeiro a dezembro do ano passado, atraídas pela programação diversa e a grade que privilegia atrações gratuitas.
Os espaços culturais ofereceram exposições, espetáculos de teatro e musicais, seminários, palestras, oficinas, dentre outras atrações e atividades, para todos os públicos.
O maior número ficou para o Centro Cultural Banco do Brasil, com mais de 830 mil visitantes – especialmente em função das grandes mostras que integram a programação. Na sequência, o espaço que recebeu maior público foi a Biblioteca Estadual de Minas Gerais, instituição gerida pelo Estado.