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IML de BH passa a fazer perícias para avaliar liberdade de detentos em tratamento psiquiátrico

Da redação
Publicado em 03/03/2022 às 15:16.
 (PCMG/Divulgação)

(PCMG/Divulgação)

A partir desta quinta-feira (3), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) passa a realizar perícias oficiais de cessação de periculosidade, ou seja, quando a pessoa deixa de ser "perigo" para sociedade. O serviço, oferecido no Instituto Médico Legal Dr. André Roquette (IMLAR), localizado em Belo Horizonte, tem por finalidade avaliar condições de retomada à liberdade de pessoas que se envolveram em crimes em razão de doenças mentais e que se estão em tratamento psiquiátrico ou psicológico.

Conforme explica a diretora do IMLAR, médica-legista Naray Jesimar Aparecida Paulino, o setor de Psiquiatria Forense da unidade já produz, a pedido das autoridades competentes, os laudos de dependência toxicológica e de sanidade mental, dentre outros.

“Esses exames são necessários, na maioria dos casos, nas situações em que a pessoa acusada alega o cometimento de um crime por estar sob influência de drogas ou por sofrer de algum tipo de doença mental. Nesses casos, a autoridade competente determina que esse quadro seja avaliado por especialistas da Polícia Civil para que seja determinado o andamento do processo criminal”, esclarece.

Ainda de acordo com a médica-legista, conforme o caso, a Justiça pode determinar a medida de segurança a ser adotada, com base nos laudos apresentados pela Polícia Civil, que pode ser, por exemplo, pela internação psiquiátrica, tratamento ambulatorial ou acompanhamento em unidades prisionais.

“Assim, após os trâmites processuais habituais, são solicitadas as perícias de cessação de periculosidade que visam subsidiar o Judiciário a avaliar se determinada pessoa, após cumprir a medida de segurança, está apta à reinserção social”, pontua Naray.

Como funciona

Quem analisa cada caso é uma equipe de médicos-legistas especializados em Psiquiatria. O procedimento, que deverá ter um prazo de 45 dias desde o recebimento da pessoa no Instituto até a conclusão do laudo, envolve o exame psiquiátrico do indivíduo presencialmente, além da análise de diversos documentos de outros órgãos, como pareceres de assistência social, laudos psicológicos, relatórios de unidades prisionais e avaliação do convívio e suporte familiar.

Estima-se que aproximadamente 500 casos aguardam pelo parecer técnico e a conclusão deles deve contribuir para a definição de um grande volume de processos judiciais.

Naray esclarece que caso a pessoa em medida de segurança esteja em privação de liberdade e seja autorizada a retomar ao convívio social, deverá ser ainda monitorada pelo prazo determinado pelo juiz.

O novo serviço será oferecido por meio de agendamento e atenderá demandas de todo o Estado, como já acontece com as demais perícias do Serviço de Psiquiatria e Psicologia Forenses do Instituto.

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