(Flávio Tavares)
Para tentar blindar o edifício histórico das marcas dos pichadores, uma tinta especial será aplicada no prédio da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais. O material utilizado no prédio, que fica no Centro de Belo Horizonte, é lavável e possibilita a imediata remoção de pichações. O imóvel foi construído no final do século 19, mesmo período da fundação da cidade. A ação faz parte das comemorações dos 120 anos da instituição estadual. O diretor-geral da Imprensa Oficial, Eugênio Ferraz, afirma que a tinta chegou ao mercado recentemente. É uma solução na preservação dos prédios públicos históricos, além da conservação dos grandes centros urbanos, sem a poluição visual das pichações. “Além de valorizar a marcante e imponente presença do edifício no Centro de Belo Horizonte, a ação faz parte de um programa mais amplo de resgate da instituição e de suas ações dentro do cenário cultural mineiro e brasileiro”, disse. A revitalização imediata da fachada do prédio, que é tombado pelo patrimônio histórico, foi autorizada pela Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, visando a preservação e conservação do monumento. A iniciativa recebeu o apoio da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, por meio do projeto “Nossa cidade mais limpa”. Por se tratar de um trabalho demorado, não há previsão para conclusão da pintura. Além disso, quem passar pelo prédio, na avenida Augusto de Lima, esquina com a rua Espírito Santo, não vai poder ver como é feita a proteção, para a tinta secar sem que aconteça incidentes. Segundo a assessoria da Imprensa Oficial, tapumes estão sendo colocados no local. Outras ações são realizadas desde o início do ano em função das comemoração dos 120 anos. O objetivo de todas elas será destacar o eixo histórico-arquitetônico, com restaurações, revitalizações físicas e reformas dos edifícios que compõem a estrutura da autarquia, além de uma vasta programação artística e cultural. Até um selo comemorativo foi criado pelos Correios. A direção da instituição lançou, em abril, nas solenidades do dia da Inconfidência Mineira, em Ouro Preto, uma edição especial dos primeiros números do Suplemento Literário, publicados originalmente em 1966. “A ideia é integrar cada vez mais o histórico prédio à sociedade, com a implantação de um corredor cultural no centro de Belo Horizonte, no qual as artes e a cultura tenham presença e espaço de cidadania permanentes”, afirma Eugênio Ferraz. O coordenador das Promotorias de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, Marcos Paulo de Souza Miranda, acredita que essas iniciativas podem inserir o viés cultural ao espaço. “Quem sai ganhando é a sociedade, que passa a ter a oportunidade de conhecer e valorizar nossas heranças culturais”.