Incêndio consome Serra do Curral e força transferência de pacientes no Hospital da Baleia
Fogo que começou na tarde de terça-feira continua ativo em BH; unidade hospitalar precisou realocar pacientes e atenderá apenas urgências
Um incêndio de grandes proporções ainda se propaga na Serra do Curral, em Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (1°). O fogo teve início na tarde de terça-feira (30), no local conhecido como Mata da Baleia, no bairro Pompéia, na região Leste, e rapidamente alcançou o cartão postal da capital mineira.
Conforme o Corpo de Bombeiros, os trabalhos de combate aos focos seguem na Mata da Baleia. O combate está sendo realizado por via terrestre com o apoio de aeronaves para alcançar pontos de difícil acesso.
Viaturas também foram posicionadas próximas ao Hospital da Baleia para proteger a estrutura hospitalar, além de casas e comércios da região.
Hospital altera funcionamento
Por conta do incêndio e da intensa fumaça, o Hospital da Baleia precisou alterar seu funcionamento. De acordo com a direção da unidade, 50 pacientes do setor de oncologia foram transferidos para a ala de radioterapia.
Nesta quarta-feira (1°), o hospital funcionará apenas para casos de urgência. Consultas previamente agendadas foram mantidas, mas os atendimentos de quimioterapia precisaram ser remarcados. Os pacientes podem comparecer à unidade Maria Ambrosina para fazer o reagendamento ou entrar em contato com o hospital por telefone.
Veja nota da unidade de saúde na íntegra:
Devido aos incêndios na Mata da Baleia iniciados na terça-feira (30) e à alta concentração de fumaça, o Hospital da Baleia suspendeu temporariamente alguns atendimentos para garantir a segurança e saúde de pacientes e colaboradores.
Estão cancelados os atendimentos desta quarta-feira (1):
- No Centrare
- As sessões de quimioterapia na sala de infusão do prédio Antônio Mourão
- Atendimentos na Radioterapia
As consultas oncológicas serão realocadas para o 4º andar da Unidade Maria Ambrosina.
Não haverá prejuízo para os pacientes
- quimioterapia - reagendamento entre quinta e sexta-feira
- Radioterapia e Centrare - reagendamento nos próximos dias
O Hospital reforça que não há risco das chamas atingirem as instalações. O único impacto até o momento é o alto nível de fumaça. Brigadistas da instituição, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e voluntários da Brigada B1 seguem monitorando e combatendo os focos.
Período crítico de estiagem em Minas
O major Eduardo Rodrigo Simões, do Corpo de Bombeiros, informou que o estado de Minas Gerais vive um período crítico de estiagem que facilita a propagação de incêndios. "A situação de alerta continua. A gente está percebendo temperaturas altas, baixa umidade do ar, ventos fortes. É uma situação de redobrar a atenção cada vez mais para que esse período crítico de estiagem não cause tantos incêndios florestais", afirmou.
De janeiro a setembro deste ano, Minas registrou 18.972 incêndios em vegetação, segundo a corporação, com uma média de 150 por dia apenas em setembro.
Nos últimos dias, outros focos de incêndio mobilizaram os bombeiros na capital e Região Metropolitana de Belo Horizonte:
Na segunda-feira (29), fogo destruiu parte da vegetação na Rua Gentios, no bairro São Bento, região Centro-Sul. O incêndio voltou na terça-feira (30) e só foi controlado no fim da manhã.
Já no bairro Palmeiras, região Oeste, as chamas em um lote vago se aproximaram de casas e atingiram a fiação elétrica, partindo cabos energizados.
Na Região da Pampulha, militares combateram um incêndio na Avenida Tancredo Neves, no bairro Jardim Alvorada.
Em Mário Campos, na Região Metropolitana, a vegetação no entorno de uma fazenda também foi consumida pelas chamas.