
Após o anúncio da desobrigação do uso de máscara em locais fechados em Belo Horizonte a partir desta quinta-feira (28), especialistas pedem cautela na flexibilização por parte da população, mesmo com baixos índices de transmissão, hospitalizações e mortes pela Covid-19 neste momento.
De acordo com o infectologista e ex-membro do comitê de enfrentamento à doença na capital, Unaí Tupinambás, pessoas mais vulneráveis à contaminação devem avaliar se a maior exposição ao vírus seria prudente.
Conforme o especialista, estamos em um ponto da pandemia diferente ao que enfrentamos em março de 2020, mas, mesmo assim, a doença não foi extinta e ainda existe um percentual “muito grande” de pessoas que não se vacinaram.
O médico também enfatizou que as novas variantes do vírus têm se mostrado mais transmissíveis e que, por isso, seria prudente avaliar como a doença tem se comportado em países onde há presença dessas “novas versões".
Também ex-integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid, o infectologista Carlos Starling reforçou que a imunidade conferida pelas vacinas e pela contaminação natural é temporária e em algumas regiões do mundo há aumento de casos de Covid.
Para Starling, a maneira como os governos têm comunicado o fim da obrigatoriedade do uso de máscara em locais fechados passa para a população a sensação que a pandemia acabou e que as pessoas podem relaxar completamente. Ele explica que, mesmo com os decretos, as pessoas devem continuar usando máscara em ambientes fechados e com aglomerações, como transporte público e escolas. “Isso (retirar a máscara) de fato não é razoável, não é inteligente nesse momento”, diz Starling.
O infectologista José Geraldo Leite Ribeiro explica que o momento em que estamos vivendo em relação à Covid-19 exige uma alta cobertura vacinal. O especialista afirma, também, que a população brasileira ficaria bem assistida criando o hábito do uso de máscaras quando estiver com sintomas respiratórios.
“Isso é uma questão cultural, que não é simples e não se muda da noite para o dia, mas seria muito interessante que as pessoas adquirissem esse hábito, como a população de alguns países já o fazem”, diz José Geraldo.