
Na data que marca os 27 anos do Massacre de Carajás, membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam, nesta segunda-feira (17), a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Belo Horizonte. O grupo pede a imediata nomeação de um superintendente do órgão em Minas, que está sem chefe desde a troca de governo.
A ocupação faz parte de uma série de ações do MST programadas para abril. Em Minas, o movimento diz que a situação é crítica. Sem o chefe do órgão que se dispõe em dialogar com o MST, diversas pautas do grupo estariam "atrasadas".
“Minas Gerais tem situação de calamidade, são milhares de famílias acampadas, assentadas, por conta do desmonte feito por anos. Elas têm limites ao acesso às coisas mais básicas, desde saneamento até acesso a terra estamos mobilizados exigindo melhoras”, disse o coordenador do MST, Silvio Netto.
Para o cargo, Silvio diz que a base aliada do governo chegou ao consenso no nome da ex-vereadora de BH, Neila Batista. Entretanto, a nomeação ainda não foi publicada pelo governo.
“Ela tem uma responsabilidade com as famílias, um vínculo com a gente. Tem um histórico em BH e uma sensibilidade muito grande. Ela também daria conta da nossa pauta prioridade que é o assentamento das famílias em Campo do Meio, no Sul de Minas, onde fica a antiga usina de Ariadnópolis", disse. No local, vivem 450 famílias e que, segundo o MST, precisam de urgência na regularização para continuarem produzindo.
Os manifestantes também reivindicam a retomada do processo de vistorias e desapropriação de terras, o cadastramento de mais de 3 mil famílias acampadas em Minas e regularização de outras famílias que estão assentadas.
Para o coordenador, os últimos anos de governo foram trágicos para a classe. “Minas tem o pior governo do país para a agricultura familiar. O governo do Zema não ajuda. Se tivermos essa morosidade também dos órgãos públicos federais a situação só agrava”, disse.
Os membros do MST que ocupam a sede do Incra aguardam um diálogo com o Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, para deixarem o local. Há a expectativa de que isso aconteça ainda nesta tarde.
Em nota, o Incra informou que tem trabalhado pela retomada do programa de reforma agrária, que estáparalisado nos últimos anos, e está aberto ao diálogo.
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