
As investigações da Polícia Civil apontaram que a substância química dietilenoglicol (DEG) estava presente na fábrica da Backer desde 2018. Logo que o caso da intoxicação veio à tona, a cervejaria garantiu que não trabalhava com o produto, somente com o monoetilenoglicol. No entanto, as duas substâncias foram apreendidas na empresa.
Na manhã desta terça-feira (9), a corporação apresentou a conclusão do caso e informou que indiciou 11 pessoas por homicídio culposo - quando não há intenção de matar -, lesão corporal e intoxicação por mono e dietilenoglicol, conforme as responsabilidades de cada uma.
Mais de 70 pessoas foram ouvidas durante a investigação. De acordo com a PC, não faz diferença de como o DEG foi parar dentro na cervejaria - se a Backer comprou ou se o produto foi trocado pelo fornecedor. "Não faz diferença porque os dois produtos são tóxicos", disse o delegado Flávio Grossi.
O inquérito também apontou que, desde o início de 2019, havia alto índice de contaminação em um dos lotes da empresa. O médico-legista Thales Bittencourt informou que o nível de toxidade era tão grande que uma única garrafa seria capaz de matar uma pessoa.
Para concluir o inquérito, que tem cerca de 4 mil páginas, uma equipe multidisciplinar - composta por policiais, engenheiros e químicos - foi montada. Cerca de 70 pessoas prestaram depoimento, sendo vítimas sobreviventes, suspeitos e testemunhas.
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