MARIANA – Daqui a duas semanas, o Ministério Público de Minas Gerais finaliza as principais investigações, no âmbito ambiental, sobre o rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, que deixou 19 pessoas mortas e um rastro de destruição. A garantia de que denúncia será oferecida à Justiça neste prazo foi dada na tarde desta sexta-feira (19) pelo promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto.
Segundo ele, que coordena o Núcleo de Resolução de Conflitos Ambientais (Nucam) do MP, cerca de 40 pessoas foram ouvidas e a documentação tem, até o momento, mais de 2 mil páginas. As causas e a responsabilização pelo rompimento da estrutura estarão no material a ser entregue a Justiça. Ele evitou adiantar detalhes, mas confirmou que houve conduta dolosa. Carlos Eduardo participou de um seminário de mineração, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), em Mariana.
“A gente sabe da responsabilidade de se denunciar qualquer pessoa. A denúncia, por si só, já transforma o investigado em denunciado”, disse o promotor, que acrescentou: “De modo geral, as investigações entram numa reta decisiva de alinhamento e definições. Houve equívocos, graves, para o rompimento. Houve omissão e tomada de decisões equivocadas”.