Israel aprova cessar-fogo com Hamas; cessar-fogo tem início previsto para as próximas 24 horas
Libertação de reféns israelenses deve ocorrer em até 72 horas após o início da trégua
O governo de Israel ratificou um acordo de cessar-fogo com o grupo militante palestino Hamas. A aprovação, feita pelo gabinete israelense nas primeiras horas da sexta-feira (horário local), abre caminho para a suspensão das hostilidades em Gaza dentro de 24 horas.
O acordo, que se apresenta como a primeira fase da iniciativa do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, para encerrar a guerra de dois anos em Gaza, prevê que os reféns israelenses mantidos em Gaza sejam libertados em até 72 horas após o início do cessar-fogo. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que o governo aprovou a estrutura para a libertação de "todos os reféns – os vivos e os mortos".
Segundo os termos do acordo, os combates cessarão e Israel fará uma retirada parcial de Gaza. Em troca, o Hamas libertará todos os reféns restantes e Israel libertará centenas de prisioneiros palestinos. O chefe exilado do Hamas em Gaza, Khalil Al-Hayya, disse ter recebido garantias de mediadores, incluindo os EUA, de que a guerra havia terminado.
O pacto também permite a entrada de frotas de caminhões com alimentos e ajuda médica na Faixa de Gaza.
O acordo foi recebido com manifestações de alegria por israelenses e palestinos, marcando o maior passo até o momento para o fim do conflito que resultou na morte de mais de 67 mil palestinos.
O Brasil saudou o anúncio do acordo, ressaltando sua dimensão humanitária e enfatizando que o cessar-fogo deverá resultar em alívio efetivo para a população civil. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro reafirmou a defesa da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável vivendo lado a lado com Israel.
Apesar da aprovação, ainda existem pontos em aberto, como a lista final dos palestinos a serem libertados e a discussão de etapas futuras do plano de 20 pontos, que incluem a governança da Faixa de Gaza após o fim dos combates. O ministro da Segurança Nacional israelense, Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, manifestou que votaria contra o acordo e pela queda do governo caso o Hamas não fosse desmantelado.