Jailson Alves Oliveira, uma das testemunhas mais importantes no caso que envolve o desaparecimento e morte da ex-modelo Eliza Samudio, disse durante o julgamento nesta terça-feira (23) que já denunciou planos de morte de agentes, planos de execução de detentos articulados por agentes penitenciários, e ainda o tenente-coronel Alvenir, que era diretor da penitenciária, por superfaturamento e vendas de fuga.

Durante o júri, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, O detento explicou que a denúncia em relação ao tenente-coronel foi feita em conjunto com o delegado Marco Túlio Fabel. Quaresma pediu explicação para testemunha, se o delegado teria acesso aos dados de contabilidade da obra do Ceresp.

Jailson explicou que o delegado andava muito com um membro do setor de inteligência da penitenciária. O delegado Marco Túlio Fabel, conforme lembrou o defensor de "Bola", foi acusado de vários crimes, um deles de tortura.

Quaresma perguntou se testemunha tem algum conhecimento de contabilidade, uma vez que, segundo Jailson contou que trabalhava como auxiliar de construção civil na construção de um Ceresp (Centro de Remanejamento de Presos).

Ainda em seu julgamento, Jailson contou também que denunciou três policiais que o torturaram em 1996. Segundo ele, na ocasião os agentes identificados apenas como "Ivo, Celso e José Luiz" teriam agredido a testemunha, que teve o pé o braço quebrado.

Advogado pede para que testemunha seja acusada de falso testemunho

Em certo momento, Jailson afirmou que tem culpa por alguns crimes. Em um outro depoimento, citado pelo advogado Ércio Quaresma, Jailson afirmou que era "inocente dos crimes aos quais estava respondendo".

Por conta dessa alegação dúbia, o defensor pediu para que o Conselho de Sentença acrescente um crime a mais "já que ele tem poucos" na ficha: o de falso testemunho.

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