O desafio da Baleia Azul, o jogo mortal que tem levado jovens a se matarem no exterior, virou um dos assuntos mais comentados dos últimos dias - especialmente entre os adolescentes. Os internautas brasileiros, mundialmente conhecidos por zoar qualquer situação, claro, não perdoaram e transformaram o 'Blue Whale' em memes.
O Baleia Azul original, que se difundiu principalmente na Rússia, funciona em grupos fechados na internet. Na web, o mentor define o desafio de cada dia. Dentre as tarefas, estão assistir filmes de terror por 24 horas, cortar a pele e desenhar símbolos pré-estabelecidos. O jogo tem duração de 50 dias, com o suicídio como tarefa final.

No Facebook há pelo menos 13 grupos fechados de brasileiros relacionados ao Baleia Azul e, juntos, já somam quase 59 mil pessoas. Em praticamente todos a zoeira tomou conta do espaço. Mensagens e comentários 'brincando' com o jogo macabro dão a tônica dos grupos.

Em um desses grupos, os desafios que originalmente levam os participantes a entrarem em estado psicótico, foram 'substituídos' pelo típico jeitinho brasileiro para dar continuidade à brincadeira.

"Pegue um copo de vidro, coloque ketchup, adicione água até ficar igual a sangue. Depois beba e deixe escorrer na boca enquanto estiver bebendo", propõe um deles. Outro sugere: "acordem às 5 horas da manhã e mandes fotos do nascer-do-sol pela sua janela".
Alguns internautas aproveitam o espaço para incentivar os membros dos grupos a não participarem jogo original. "Campanha: A favor da amizade e contra a baleia azul!! Se você ama sua família, ama seus amigos e respeita as leis de Deus?!Levante a bandeira contra A Baleia azul que é um jogo contra vida. Sua vida tem valor! Nós não estamos por aqui por acaso não deixe um jogo acabar com o presente de Deus "A Vida".

O que os dizem especialistas?
A psicóloga, psicopedagoga e professora universitária Sylvia Flores é enfática ao decretar que os pais têm que ter voz ativa com os filhos e proibir certas atitudes, como passar noites em claro e virar o dia na frente de um videogame. "Os pais têm que lembrar qual é o papel deles, porque são crianças, adolescentes. Se for preciso, têm que pedir ajuda profissional", pontua.
O delegado Frederico Abelha aconselha que os responsáveis monitorem todas as redes sociais dos menores. "Tem que checar as conversas no WhatsApp e os grupos de bate-papo. É importante saber que grupos seus filhos estão frequentando. Até porque destas conversas, o pai pode ter um indicativo da atitude do filho ou até descobrir uma coisa mais grave, como abuso sexual", enfatizou.
No Brasil, até o momento, não há relatos oficiais de crimes envolvendo o jogo mortal.
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