Um novo exame para diagnosticar a tuberculose será oferecido em Minas. Mais preciso, o teste irá detectar a infecção em pacientes imunocomprometidos, ou seja, que não apresentam sintomas. A expectativa é que o serviço seja oferecido em até dois meses nas unidades públicas de saúde.
O chamado Teste de Liberação de Interferon-gama (IGRA) identifica aqueles que já tiveram contato com a bactéria por meio de uma amostra de sangue. A relação dos laboratórios que contarão com o exame está sendo definida pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), referência nos atuais diagnósticos no Estado.
Conforme a Funed, a demanda ainda é considerada recente. A escolha levará em conta a estrutura, existência de profissionais qualificados, questões logísticas relacionadas ao tipo da amostra e a possibilidade da oferta ao maior número de pacientes.
Fazem parte do público-alvo da testagem do Igra pessoas com HIV, crianças de 2 a 10 anos que tiveram contato com doentes e candidatos ao transplante de células-tronco.
“A meta será atender o maior número de pacientes possível”, afirma a referência técnica em diagnóstico de micobacteriose da fundação, Élida Aparecida Leal.
Segundo a especialistas, estudos apontam que um quarto da população encontra-se nessa condição de saúde. A atenção se deve à possibilidade de alterações no estado imunológico, “nas quais existe a possibilidade de reativação bacteriana com o consequente desenvolvimento da forma ativa da doença”, disse Élida.
Estratégias
Em 2015, estratégias para erradicação da doença foram lançadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A expectativa é que isso ocorra até 2035. Dentre as propostas, aumento da vigilância, com o diagnóstico e tratamento da infecção latente. “É nesse contexto que o Igra será disponibilizado, como uma ferramenta auxiliar e de alta especificidade”, acrescenta a técnica da Funed.
Cenário
Em 2021, 846 casos de tuberculose foram diagnosticados em Belo Horizonte. A doença atinge principalmente os pulmões. O tratamento é gratuito, tem duração média de seis meses e está disponível nos postos de saúde.
O tempo de resposta à medicação é rápido, em duas semanas o paciente não transmite mais a bactéria. Porém, muitos acabam interrompendo o acompanhamento.
“É importante que as pessoas saibam que a doença tem cura e que deve continuar o tratamento”, destaca médico Pedro Navarro, da coordenação do Programa de Controle da Tuberculose e do Programa Municipal de Controle do Tabagismo da PBH.
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