
O laudo de necropsia dos corpos das cinco vítimas da queda do avião em que estava a cantora Marília Mendonça foi finalizado nesta quinta-feira (25) pela Polícia Civil (PC). De acordo com a perícia, as vítimas sofreram politraumatismo contuso, em decorrência do impacto da aeronave no chão. O King Air C90 caiu no dia 5 de novembro, na zona rural de Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, em Minas.
Após a queda, além da artista, também morreram seu produtor Henrique Ribeiro, seu tio Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto do avião, Geraldo Medeiros e o copiloto Tarcio Viana. Segundo o médico-legista Thales Bittencourt de Barcelos, todos tiveram politraumatismo contuso.
A investigação mostrou ainda que todas as pessoas que estavam na aeronave não tinham consumido nenhuma substância que pudesse alterar ou contribuir para o óbito. Para o delegado da Polícia Civil de Caratinga, Ivan Lopes Sales, o resultado dos exames de necropsia são importantes para a eliminação de algumas hipóteses sobre o que pode ter causado o acidente.
Causa da morte
O politraumatismo é assim chamado devido à quantidade de traumas que ocorrem dentro do corpo. Segundo o médico Diogo Umann, quando uma contusão ocasiona uma lesão grave em, pelo menos, dois órgãos distintos, recebe essa nomenclatura. “Traumatismos são causados por forças externas de natureza física, como choques e queimaduras, no nosso corpo”, explica.
No caso do trauma sofrido pelas vítimas do acidente aéreo, o médico esclarece que o mecanismo que age é diferente quando há uma queda de avião, como a que aconteceu em Piedade de Caratinga, em comparação com uma batida de carro, por exemplo.
De acordo com Umann, em ambientes fechados como uma cabine de avião, o comum é que a coluna vertebral seja a parte mais afetada. “Se a gente imaginar o trauma frontal que o carro causa no nosso organismo, são muito mais prováveis os traumas torácicos e abdominais e, até, traumatismo craniano. Já uma queda de avião tem mais relação com traumas de coluna e pélvis. Porém, os dois são de alto impacto e causam um grave acometimento no nosso organismo”.
Investigação
O delegado responsável pela investigação afirmou que a polícia obteve o relato de um piloto que estava a 20 minutos de distância da aeronave que levava a cantora. Segundo a testemunha, o KIng Air entrou em contato com a cabine de comando do avião e não foi informado nenhum problema técnico.
Com essa informação, a corporação descartou que a causa do acidente pudesse ser alguma falha mecânica. A testemunha declarou, também, que o piloto Geraldo Medeiros afirmou que estava “na perna do vento da 02”, ou seja, já realizava os procedimentos de pouso.
A polícia ainda trabalha com a hipótese de que, momentos antes da queda, o avião se chocou com uma torre de transmissão de energia da Cemig. Durante a perícia foi encontrado um cabo preso numa das hélices e que ele seria das estruturas de eletricidade. Mesmo assim, ainda não há nenhuma confirmação de que o impacto com a construção tenha sido a causa do acidente.
Agora, os investigadores esperam o laudo técnico da aeronave para concluir as investigações.
Entenda onde foi o acidente envolvendo a cantora Marília Mendonça