Fiscalização

Lojista do Mercado Central é preso suspeito de maus-tratos contra animais

Cachorros, gatos e aves foram encaminhados ao hospital veterinário da capital

Camilla Kind *
@camillakind
06/12/2023 às 18:20.
Atualizado em 06/12/2023 às 19:44
 (Reprodução / MPMG)

(Reprodução / MPMG)

O dono de uma loja que vende animais no Mercado Central de Belo Horizonte foi preso em flagrante nesta quarta-feira (6) por suspeita de maus-tratos. A pena para o crime é de dois a cinco anos de prisão, multa e proibição de guarda. Cachorros, gatos e aves foram encaminhados ao hospital veterinário da capital. A comercialização de bichos no ponto turístico não é proibida.

Das 12 lojas que vendem animais, nove foram fiscalizadas. A ação faz parte de uma operação realizada pelo Ministério Público. O foco principal da ação era identificar casos de maus-tratos, mas as condições sanitárias do estabelecimento também foram verificadas. Foram identificadas nas lojas condições inadequadas de confinamento dos animais. 

“Eles são colocados totalmente fora dos seus hábitos naturais e podem atacar um ao outro. A gente verificou casos de disputa por comida, água e ração devido a essa lotação e a indisponibilidade desses alimentos. Havia também muitas fezes acumuladas, pouca limpeza, o que leva a condições de maus-tratos”, informou o superintendente de fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Gustavo Fonseca. 

Segundo a promotora de Justiça e coordenadora estadual de defesa dos animais do MPMG, Luciana Imaculada de Paula, o levantamento das espécies recolhidas e em condições de maus-tratos ainda está sendo feito. 

A operação, que envolveu em torno de 60 agentes, ocorreu após denúncias. As lojas do local que vendem apenas peixes não foram fiscalizadas. Em relação à punição ao Mercado Central, Luciana Imaculada explica que na esfera criminal, a responsabilidade é pessoal. “Estamos tratando nesse momento das pessoas jurídicas donas das lojas que vendem animais e das pessoas físicas que respondem à elas”, diz a promotora.

Por nota, o Mercado Central informou que das 400 lojas, sete comercializam animais vivos. O centro de compras disse que atua na gerência do espaço físico e não tem qualquer poder fiscalizador dentro das lojas.

"Orientamos todos os lojistas a seguirem as determinações legais. Também realizamos ações educativas, sempre prezando pelas melhores práticas sanitárias e de cuidados aos animais. Entre as orientações destacamos a proibição de comércio de animais silvestres, a limpeza constante, alimentação adequada, a ventilação do ambiente e a obrigatoriedade de haver um médico veterinário responsável por cada loja".

* Estagiária sob supervisão de Renato Fonseca

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