(Carlos Rhienck)
Comerciantes da rua Padre Pedro Pinto, em Venda Nova, calculam prejuízos de até 40% com a integração ao Move de 22 linhas metropolitanas e de três municipais. Com a mudança, os coletivos foram desviados para a avenida Vilarinho, que ganharam estações de transferência.
Segundo a BHTrans e a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), a alteração foi necessária para garantir menor tempo de viagem, além de mais conforto para usuários.
Antes da integração, a Padre Pedro Pinto, que é um dos principais pontos comerciais da região, ficava congestionada até fora dos horários de pico. Em alguns momentos, a velocidade dos veículos não ultrapassava 20 km/h.
Ainda circulam no local 20 linhas municipais e três metropolitanas. Quem precisa pegar as antigas linhas pode embarcar em coletivos para as estações de integração Vilarinho e Venda Nova e, para alguns destinos, basta caminhar até as estações de transferência, localizadas a dois quarteirões do local.
O percurso é pequeno, mas para o comércio o impacto foi grande, já que muitos usuários pararam de circular nos pontos de ônibus da rua, segundo o conselheiro da CDL de Belo Horizonte, Agmar Alves de Sousa. “Sentimos uma queda de 30 a 40% com essa mudança”, disse ele, que também tem um comércio há 32 anos no local.
Para negociar uma possível solução para o impasse, uma comissão com 15 membros foi formada na semana passada.
Os representantes do comércio da região recolhem assinaturas para a retomada das linhas extintas. Eles também pretendem se reunir com os órgãos envolvidos para debater a questão. “Buscamos um consenso entre os órgãos e comerciantes para viabilizar alguma mudança”, afirmou Agmar.
Usuários
Quem usava as antigas linhas reclama do aumento no tempo de viagem com o Move. Jéssica Oliveira Stuart Perdigão, de 23 anos, não aprovou o sistema. Antes, ela gastava cerca de 30 minutos da rua Padre Pedro Pinto, onde trabalha, para o bairro Juliana. “Piorou demais. Agora tenho que pegar o 607 para a estação Venda Nova para depois embarcar no 735 ou 736. O problema é que demora muito e já chega lotado”.
Para quem anda de carro, a alteração foi positiva. A auxiliar de escritório Lúcia Pereira dos Reis Siqueira, de 45 anos, já sente melhora no trânsito de casa para o trabalho. “Já teve dia de chegar a gastar uma hora agarrada nessa rua aqui. Hoje, gasto cinco minutos. Melhorou muito”, disse.