Três macrorregiões de Minas Gerais atingiram a lotação máxima dos leitos de UTIs pelo SUS e não possuem mais vagas para atender os pacientes graves com a Covid-19 ou outras doenças. O cenário crítico é vivenciado no Vale do Aço, Triângulo Norte e Leste.
Nesses locais, conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a taxa de ocupação dos leitos chegou em 100%. Mesmo assim, o Estado não fala em colapso, uma vez que os internados com melhores condições clínicas podem ser transferidos para unidades de saúde de outras regiões, liberando vagas para os casos mais urgentes.
Em todo o Estado, conforme levantamento divulgado nesta quarta-feira (25), a taxa de ocupação dos leitos de UTIs está em 91,93%. É o índice mais alto registrado desde o início da pandemia do novo coronavírus, há três meses.
Atualmente, Minas possui 2.964 leitos para atender pacientes graves na rede pública. Deste total, 951 foram criados a partir de março. Além disso, o Estado garante que pretende dobrar a capacidade dos leitos, criando mais 2.936.
Do total de internados nas UTIs, menos de 20% estão infectados com o coronavírus, sendo que os demais pacientes são acometidos por outras enfermidades. "No momento, são 506 pacientes internados em leitos de UTI, em decorrência da Covid-19, ou por suspeita da doença e a taxa de ocupação está em 17,23%", detalhou a SES.
Veja no gráfico abaixo como está a situação em cada macrorregião:
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Demais vagas
O balanço do Estado mostra, ainda, que a taxa de ocupação dos leitos clínicos está em 73,75%. São 12.928 vagas no SUS para enfermaria, sendo que 1.384 pessoas internadas foram diagnosticadas com a Covid-19, o que representa 11,07% da lotação.
Reforços à região Noroeste
Durante coletiva de imprensa na Cidade Administrativa, na tarde desta quinta-feira (25), o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, falou especificamente sobre a ocupação de leitos de UTI na macrorregião de saúde Noroeste, que ainda não alcançou 100% de uso das vagas. Segundo ele, o Estado está socorrendo a região, a partir do acompanhamento da situação.
"Patos, realmente o Hospital Antônio Dias, que é da Fhemig, está com ocupação alta. Nesse sentido, nós temos São Gotardo, que é uma cidade da região, que já manifestou a capacidade de ter condição de abrir UTI em até sete dias. Essa cidade receberá 10 monitores e 10 ventiladores para que possa abrir UTI's imediatamente", afirmou.
Conforme o gestor, os municípios de Unaí e Paracatu, que, juntamente com Patos, formam as três cidades-pólo de atendimento na região, também receberão reforços. Segundo Amaral, Unaí já recebeu equipamentos e está abrindo leitos de forma a não precisar encaminhar pacientes para Patos, assim como Paracatu.
"O Estado está socorrendo e muito atento à essa região. Caso haja alguma necessidade de assistência imediata, essa necessidade entra no nosso sistema de regulação e, se for fundamental que se transfira esse paciente, nós transferimos ele daquela região para outra que tenha leito disponível. Em especial, ali nós temos a região Triângulo Sul ainda com bastante leitos disponíveis", finalizou.
(Com Anderson Rocha)