A mãe da mineira Mary Helen Coelho Silva, de 22 anos, que foi flagrada com 15,5kg de cocaína na Tailândia, onde está presa desde fevereiro, morreu nesta quarta-feira (13), em Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais. A mulher lutava contra um câncer e não resistiu.

O advogado da família, Telêmaco de Oliveira, informou que a jovem ainda não recebeu a notícia da morte da mãe. E que, desde a prisão, a forma de contato entre Mary Helen e família é por meio de carta.

No dia 6 de abril, a mãe e a irmã da jovem receberam uma correspondência em inglês em que ela dizia "às vezes não consegue dormir à noite" porque se preocupa e agradeceu pelos parentes se lembrarem dela. O texto foi escrito no dia 28 de março, com a ajuda de um tradutor, e endereçada a Mariana Coelho, irmã de Mary Helen.

A mineira saiu de casa dizendo para a família que iria para Curitiba, onde se encontraria com um namorado que havia conhecido pelas redes sociais. Dias depois, Mary Helen enviou uma mensagem pelo celular para a irmã, informando que tinha sido presa e pedindo ajuda desesperada. A jovem trabalhava como garçonete em um restaurante na cidade e não tem antecedentes criminais.

Segundo o advogado, o envio da carta foi autorizado porque a Tailândia está com presídios lotados. Além disso, o país está saindo da quinta onda da Covid-19, cenário que, segundo Telêmaco, dificulta a comunicação dos presos com a família por meio de videoconferência, porque é preciso organizar um cronograma das chamadas. Logo após a prisão, Mary Hellen teve Covid e precisou ficar em isolamento.

A expectativa do advogado é de que em breve, seja marcada a primeira audiência preliminar da mineira, mas não há uma previsão de data. Toda a documentação que comprova o perfil de Mary Hellen, como trabalhadora, sem passagem pela polícia e sem envolvimento com o tráfico internacional já foi enviada. “O papel da defesa do Brasil é informar a Embaixada em Bangkok sobre o perfil da jovem, e isso já foi feito”, finaliza.